De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), o Brasil não mais faz parte do Mapa da Fome. A mesma ONU, por meio da Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC/ONU), apontou que a Faixa de Gaza configura-se atualmente como o “pior cenário da fome” no mundo. No Brasil, um líder pacifista que viveu a fome de perto governa o país. Em Gaza, o governo genocida de Netanyahu usa a fome como arma de guerra e o extermínio do povo palestino como meta.

A exclusão do Mapa da Fome se baseia na média dos anos de 2022, 2023 e 2024, período em que o Brasil ficou abaixo do limite de 2,5% da população com risco de subnutrição. Já os números nacionais da fome, levantamento do IBGE, mostraram que, até o final de 2023, o país retirou cerca de 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar grave. Em Gaza, no entanto, mais de 20 mil crianças foram internadas para tratamento de desnutrição aguda entre abril e meados de julho, com mais de 3.000 em estado grave. Israel ainda bombardeia e mata civis famintos que se aglomeram nos poucos caminhões de ajuda humanitária que conseguem entrar no território.

Já falei aqui e volto a afirmar: Lula é o maior líder pacifista do mundo. Quem conhece sua história sabe que as dificuldades vivenciadas na infância e na adolescência, oriundas da pobreza no sertão nordestino e posterior vida de retirante, foram determinantes para moldar seu caráter político. Quando ascendeu ao poder, em 2004, foi para os famintos que Lula voltou o seu governo, adotando o combate à fome como meta. Sabiamente, ele convocou Patrus Ananias para auxiliar seu governo nessa missão.

 Patrus foi ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome entre 2004 e 2010 e o responsável pela implementação do programa Bolsa Família. Aliado ao programa Água para Todos, que consiste na construção de cisternas no semiárido conjugada com outras ações de convivência com a seca, o governo fez o que prometeu.

Outrora comuns na cobertura da imprensa, as imagens de animais mortos, crianças subnutridas e caminhões com retirantes famintos fugindo da seca deixaram de fazer parte da vida brasileira. Em 2014, o Brasil, após mais de uma década de políticas consistentes, deixava pela primeira vez o Mapa da Fome.

Infelizmente, o país voltou a aparecer no levantamento entre 2019 e 2021, resultado da tragédia do governo Bolsonaro, em que pessoas chegaram a fazer fila para se alimentarem de ossos, rememorando cenas que achávamos já ter superado em nossa triste história. Com a volta de Lula ao poder e a renovação da promessa de combate à fome e à miséria, o Brasil volta a colher os frutos das políticas sociais voltadas para quem mais precisa.
No contexto internacional, Lula tem se levantado contra a fome e a miséria, reassumindo o lugar de uma das vozes mais ativas sobre o tema hoje no mundo.

Em 2024, por iniciativa do governo brasileiro, o G20 criou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que tem por objetivo fortalecer a cooperação internacional para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), com foco na erradicação da fome e da pobreza até 2030. Atualmente, a Aliança conta com 101 países-membros, além de diversas fundações, instituições e organizações. No início deste mês, durante a 17ª Cúpula do Brics, Lula recriminou o uso da fome como arma de guerra pelo governo Netanyahu.

Não por acaso, o líder israelense tem amplo apoio de Bolsonaro e é financiado por Trump. Fica fácil saber quem está de mãos dadas com a tragédia e quem luta para combatê-la.