Quem diria, né? Após semanas ouvindo reclamações sobre direção travada, cortes bruscos e cenas que pareciam montadas na pressa, o 9º episódio da 3ª temporada 3 de One Punch Man finalmente entregou algo que se aproxima da energia que esse anime merece.
Não é perfeito, longe disso. Mas deu para sentir uma fagulha real de ambição, de movimento, de vida. O episódio trouxe algo raro nesta temporada: bom visual, melhor ritmo e um resgate parcial do que torna o anime tão especial: humor, ação e personagens que brilham até quando estão prestes a morrer.

Um episódio que finalmente mexe a câmera?
O mais curioso é que a diferença começa nos bastidores: pela primeira vez nesta temporada, Nagai passou o bastão dos storyboards. E não para qualquer um, entrou em cena Takashi Hashimoto, conhecido pelo trabalho em Bleach.
A mudança em One Punch Man é gritante. A câmera se move. Ação acompanha o corpo dos personagens. Como não sentir aquela nostalgia de quando One Punch Man era ousado, veloz e imprevisível?
Mais impressionante ainda é o trabalho de Ozawa nos efeitos, que dá vida aos ataques com uma fluidez rara nesta temporada. É quase como ver a equipe testando até onde pode ir com o tempo apertado que Bandai Namco ofereceu.
Claro, não é um espetáculo tão grandioso quanto fases icônicas do anime, mas, caramba, é refrescante ver qualquer sinal de direção criativa após tanta adaptação rígida do mangá.

Kid Emperor rouba a cena
Se existe um personagem que brilha do começo ao fim, é o Child Emperor. E não apenas pela inteligência absurda ou pelo arsenal tecnológico. Aqui ele ganha profundidade, mostrando medo, desespero e coragem.
A luta contra Phoenix Man se transforma num show: do humor involuntário (a falsa morte de Flashy Flash) ao desespero puro quando os monstros começam a se regenerar como zumbis saídos de um pesadelo.

Uma vitória com gosto agridoce
A verdade é que o episódio é bom, às vezes até muito bom, mas carrega cicatrizes da temporada inteira. As transições continuam estranhas, cenas cortam abruptamente e certos quadros parecem inacabados.
É como assistir a um anime talentoso preso num cronograma impossível. E isso levanta a grande pergunta: Bandai Namco queimou o potencial da temporada ao dar apenas 6 meses de produção, contra 1 ano típico de animes grandes?
Mesmo assim, é impossível negar que este episódio representa um raro alinhamento da equipe, animação, efeitos, humor e ação finalmente conversam entre si. Será que esse ritmo continua até o final?
A 3ª temporada de One Punch Man está disponível na Netflix.
O post Crítica: 9º episódio de One Punch quebra o padrão e revive o hype do anime apareceu primeiro em Observatório do Cinema.