Dolce Vita

Aquarela do Brasil

Redação O Tempo

Por Paulo Navarro
Publicado em 09 de junho de 2018 | 03:00
 
 
 
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Texto perfeito que não ficou paralisado nas estradas da internet: “A pessoa tem um posto e vende gasolina a R$ 6 o litro. O Ceasa vende o saco de batata que custava R$ 75 a R$ 500. O mercado vende o alface por R$ 6,58. E só o político é ladrão e corrupto. Parabéns, Brasil, pela união. Se serve de consolo, temos lembranças do último grande furacão nos Estados Unidos, onde faltou de tudo”.

Aquarela patriótica

"Nos Estados Unidos, durante e depois do furacão, a maioria dos mercados, farmácias, postos de gasolina, hotéis, comércio em geral, vendia produtos e serviços a preço de custo para ajudar a população. Lamentável. O problema do Brasil é o brasileiro. Sem sombra de dúvidas”.

Aquarela histórica

Em 14 de maio de 2005, o saudoso escritor João Ubaldo Ribeiro (1941-2014) declarava em entrevista à revista “Veja”: “Somos um país corrupto”. Nos primórdios do mensalão, o escritor dizia que “o governo Lula é incompetente, que ricos e pobres brasileiros são igualmente desonestos”.

Aquarela cruel

“O brasileiro é tão subserviente que, quando alguém chama Lula de ignorante – o que é uma verdade – diz-se que o presidente está sendo desrespeitado. Vivemos num ambiente de lassitude moral que se estende a todas as camadas da sociedade. Esse negócio de dizer que as elites são corruptas, mas o povo é honesto é conversa fiada. Nós somos um povo de comportamento desonesto de maneira geral, ou pelo menos um comportamento pouco recomendável. Se me acompanhar à rua, podemos fazer uma experiência”.

Aquarela e querela

“A população da zona sul do Rio de Janeiro é formada, em grande parte, de gente da terceira idade. Quando um idoso atravessa a rua, os motoristas de ônibus aceleram em ponto morto, fazendo um barulhão, para assustar o velho, querem matar o velho. Os brasileiros estão convictos de que, se um pedestre atravessar fora da faixa, o motorista tem o direito de atropelá-lo e matá-lo”.

Aquarela desbotada

“Ouço de várias empregadas domésticas, comuníssimo, aqui no Rio, que responsáveis pela merenda escolar retiram alimentos das crianças e levam para casa, para distribuir entre parentes e até montar quitandas. Isso é um evidente absurdo”. Será que agora isso vai acabar ou vivemos apenas mais um voo cego de galinha, como em 2013?

Aquarela total

Resumo da ópera bufa: Claro que existem brasileiros honestos, com também políticos. Mas a maioria confirma a regra. Um querendo levar vantagem sobre o outro, no final, todos perdem porque um desconta no outro. No capítulo impostos, o governo explora o povo, o povo explora o próximo e sonha em enganar o governo. Resultado: um gosto da Venezuela na boca.

O ópio do povo

Na esteira dos acontecimentos, recebemos o seguinte texto do empresário e ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sicepot-MG), Emir Cadar: “Minha tristeza é que,, daqui uns dias, começa a Copa do Mundo e vamos assistir aos carros correndo pelas ruas, com bandeirinhas do Brasil presas nos vidros laterais, com pessoas vestindo as camisas da seleção, principalmente mulheres”.

O pio do povo

"Principalmente as mulheres que ficaram os quatro anos ausentes dos estádios, mas, que na época de Copa do Mundo, querem dar aulas de futebol para todos. Firmas terão que interromper suas atividades na hora dos jogos e emendar feriadões. Os políticos vão se afastar de Brasília”. Continuamos no Lança Perfume.

Lança-perfume

Continuando com o texto de Emir Cadar: “Os políticos abandonam Brasília para agradar suas bases e deixar o Congresso às moscas”.

“Enquanto isso, o país, mergulhado na maior crise da sua história, mesmo dependendo de todos para se reerguer, vai acompanhar a seleção brasileira, composta quase em sua totalidade por ‘estrangeiros’”.

“Jogadores que estão fora do Brasil há tempos, ganhando rios de dinheiro e pouco se importando com o Brasil”.

“O circo está montado, mas e o pão? Como vamos ganhá-lo. Comemorando jogos da seleção é que não vai ser. Abra os olhos, Brasil”

A reflexão de Emir, infelizmente, é velha canção em nossos ouvidos, mesmo porque, em menor ou enorme grau, como agora, não é só de quatro em quatro anos que o Brasil está em crise. É sempre. Triste.

A festa junina mais badalada e farta da temporada, a de Mariângela Lima e Secreto, será dia 16, às 18h, no Hangar 677, Olhos d’Água.

Muita comida, bebida e música boa até uma da manhã! A superprodução cenográfica é de Mateus Olímpio. Balões, bandeirinhas e barraquinhas.

Na trilha sonora para vários gostos: sertanejo, pop rock, folk, e o DJ Cacá de Brito, com sua “house music”.

Acontece, entre os dias 12 e 17 de junho, a 9ª edição da Feira de Vinhos do Super Nosso. O evento será no Espaço Meet e é uma grande oportunidade para os apreciadores de todos os tipos de vinho.

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