Dolce Vita

Espírito de porco

Redação O Tempo

Por Paulo Navarro
Publicado em 18 de fevereiro de 2017 | 03:00
 
 
 
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Acompanhamos, perplexos, a barbárie em Vitória. De uma cidade cujo nome nos remete ao valor daquele que vence, do que quer ser bom no que faz, vem o mau exemplo do povo brasileiro. Também vem de um Estado batizado pelo nome de Espírito Santo a quebra do juramento da Polícia Militar de defender nosso povo. O que se descortinou com a população saqueando lojas e supermercados, matando seus semelhantes, é mais do que uma explosão da selvageria nata de parte da população brasileira. É o caos ético e moral em que se encontra nosso país!

Lama generalizada

Episódios dessa natureza oportunista não são inéditos. Por várias vezes já foram documentados saques em caminhões acidentados em nossas estradas. Selvageria aflorada também por várias vezes foi desencadeada por torcedores de futebol dentro e fora dos estádios. O que diferenciou esses últimos acontecimentos foi o fato de que, sem máscaras e medo, o povo mostrou para o que veio: roubar! 

Medo contínuo

Cresce na internet o alerta de que o governo federal e alguns políticos estão preocupadíssimos com uma grande mobilização em curso para reunir um milhão de pessoas na Avenida Paulista. Marcada para o dia 26 de março, a convocação lembra que, num clima que antecedeu a revolução francesa, o povo esclarecido clama por justiça e exige a demissão de toda a classe política. É o início da guerra contra a degradação da nação.

Gentileza esquecida

Ainda sobre o caos instaurado no Brasil, o genial colega Alexandre Garcia diz que em países como Alemanha, Itália, Espanha e Chile, a falta de polícia jamais levaria a população à selvageria. E lembra que, nestes países, condutores de carrões não jogam ponta de cigarros e demais lixos pela janela: “Quando tenho oportunidade, eu os devolvo, dizendo que o senhor esqueceu aqui na rua”.

Mineiras à solta

“Mulheres à beira de um ataque de Nervos”? Não! Seria plágio das personagens de Pedro Almodóvar. Frenesi? Sim! Está mais próximo das devotas do ator Jamie Dornan atuando como Christian Grey no filme “50 Tons Mais Escuros”. Estreado em Belo Horizonte em fevereiro, com sessões especiais e regadas a champanhe, o filme, adaptação do segundo livro da trilogia de E. L. James iniciado em “Cinquenta Tons de Cinza” e dirigido por James Foley, tem levado caravanas de mineiras às salas de cinemas da cidade.

Fantasias na mesa

Segundo nos revelou o gerente de um restaurante no Ponteio Lar Shopping, de tabela, os restaurantes aumentaram seu movimento com a estreia na semana passada, na requintada Sala Premier: “Em pencas, as moças de idades variadas compram quase todos os 50 lugares da sala, praticamente esgotando e, posteriormente, vêm fazer comentários de suas fantasias e de suas frustrações amorosas”. Quanto aos homens? Segundo apuramos, não passam de três em cada sessão desde a estreia.

Só alegria 

“Carnaval desengano, deixei a dor em casa me esperando”. E que a casa seja grande pra guardar tanta dor. Dor é o que não falta. Dor pra deixar em casa durante quatro dias. Ou tentar deixar na gaveta para depois do Carnaval. Esqueçam a febre amarela, as contas, a violência, a política, o desemprego e essa crise que não para de jogar confete. Vamos relaxar! Vamos brincar ou simplesmente descansar dessa loucura. Se fizer sol, piscina; se chover, filme; se tiver animado, rua: faça chuva ou faça sol.

Lança-perfume

Ainda sobre o Carnaval de Belo Horizonte que vem se reinventando desde 2011, tomando as ruas da cidade e aquecendo a economia. Para este ano, foram cadastrados 363 blocos, com expectativa de receber mais de 2,4 milhões de foliões, que devem gerar o dobro da renda do ano passado.

Diante desse cenário, hotéis investem em estratégia de marketing para atrair hospedes. Segundo o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares de BH, Paulo Pedrosa, a expectativa com os festejos carnavalescos na cidade é de aumento de 5% a 10% na taxa de ocupação.

Geralmente restrita a 40% a 45%, este pífio aumento está longe de atingir o ideal de equilíbrio para o setor, que necessita uma taxa média entre 60% a 70%.

O presidente do Sindhorb ressalta ainda que, para a incrementação de nosso turismo, seja concedida redução de carga tributária nos empreendimentos do setor, abertura dos voos no aeroporto da Pampulha, maior investimento nos centros de informação aos turistas e a criação de ônibus turístico circulando nos principais atrativos da capital mineira.

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