DURVAL ÂNGELO

'A necessidade é a mãe da inovação'

O sucesso da Finit reflete o esforço para modernizar a economia


Publicado em 09 de novembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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A assertiva do título, atribuída a Platão, traduz bem a opção feita pelo governador Fernando Pimentel, quando ao assumir, em 2015, encontrou a economia mineira estruturada de forma quase colonial. Dependente da exportação de matérias-primas – as commodities –, sobretudo produtos agropecuários e minério de ferro, o Estado enfrentava uma retração econômica sem precedentes, refém da crise mundial que fez despencar a demanda por tais produtos no mercado internacional. Para fazer frente ao problema, numa de suas primeiras medidas, o governador elegeu como prioridade o investimento em diversificação econômica e inovação tecnológica.

O projeto, de médio e longo prazo, incluiu uma série de programas e ações, cujos frutos começam agora a ser colhidos. Dentre eles está a Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit), encerrada no último sábado (4), no Expominas, em Belo Horizonte. Com apenas duas edições, o evento já figura entre os maiores da área na América Latina, tendo atraído neste ano, em seis dias, um público de 75 mil pessoas – 50% a mais que em 2016.

Os números da feira demonstram o acerto da política de governo. Resultantes de mais de 2.000 contatos de negócios, os investimentos em startups propiciados pela Finit superaram a marca dos R$ 10 milhões. Para se ter uma ideia da dimensão do evento, foram cerca de 350 palestras em mais de 500 horas de conteúdo, conforme levantamento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, responsável por sua realização.

Somente a Campus Party recebeu mais de 6.000 participantes, e cerca de 300 atividades foram desenvolvidas na Arena de Negócios. Já o espaço HUB Conecta atraiu representantes de 11 países e reuniu grandes empresas nacionais na discussão de pesquisa e desenvolvimento de inovação. Outros destaques foram o Fórum Aeroespacial de Minas Gerais, que promoveu o intercâmbio de experiências no setor da aviação, e o projeto Meu Primeiro Negócio, que envolveu aproximadamente 800 estudantes, totalizando mais de R$ 9.200 em vendas de seus produtos.

O sucesso da Finit reflete o esforço da atual gestão para modernizar a economia mineira. Em consonância com os novos tempos, o Estado desenvolve hoje o maior programa de aceleração de startups do Brasil e tem apostado na “economia criativa”. Cunhado pelo inglês John Howkins, o conceito refere-se às atividades que têm na criatividade e no capital intelectual a matéria-prima para a criação, produção e distribuição de bens e serviços. Implica, sobretudo, inovação e pressupõe uma cadeia produtiva baseada no conhecimento.

Investir nesse nicho é inserir Minas na nova ordem econômica mundial. Afinal, como vislumbrou Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, “o conhecimento era um bem privado, associado ao verbo ‘saber’. Agora, é um bem público, ligado ao verbo ‘fazer’”. 

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