DURVAL ÂNGELO

Santuário da Piedade: 250 anos de fé e tradição

O turismo religioso é um dos setores com maior potencial no país


Publicado em 05 de outubro de 2017 | 03:00
 
 
 
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Afirmou Einstein, certa feita, que, “além das aptidões e das qualidades herdadas, é a tradição que faz de nós aquilo que somos”. Referia-se, a meu ver, ao significado etnográfico da tradição, que se relaciona à cultura e à identidade de um povo. É nesse sentido que exalto a iniciativa do governo Pimentel de se aliar à Arquidiocese de Belo Horizonte em um grande projeto de valorização da serra da Piedade, em Caeté, e, especificamente, do Santuário Nossa Senhora da Piedade, casa da padroeira de Minas Gerais.

Quando se comemora o jubileu (250 anos) do início das peregrinações ao santuário, o governo anuncia investimentos significativos no local. Entre eles está o repasse de recursos à arquidiocese para a implantação de um trem destinado ao transporte de peregrinos e visitantes até o alto da serra. O governo do Estado também é parceiro na construção da Via do Peregrino, novo percurso, de 5,5 km, do sopé ao topo da serra. Outra obra que contará com recursos estaduais é a do Museu Maria Regina Mundi, que ficará incrustado na serra e receberá cerca de mil imagens de Nossa Senhora, Mãe de Jesus.

A serra da Piedade é o ponto de partida em outro projeto do governo, também em parceria com a arquidiocese e com o Instituto Estrada Real: o Caminho Religioso da Estrada Real. Inspirado no Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), ele foi lançado no dia 4 de setembro, em celebração presidida pelo arcebispo dom Walmor Oliveira, da qual participei, juntamente com o governador. A rota de 1.032 km liga o Santuário Nossa Senhora da Piedade ao Santuário Nacional de Aparecida (SP).

Com tais investimentos, Pimentel reconhece a importância desse patrimônio religioso, histórico, cultural e natural de Minas Gerais e sua dimensão “simbólica”, no campo das representações que fazemos do mundo e com as quais o compreendemos. Como o governador tem reafirmado, a serra da Piedade carrega essa representação de Minas e dos mineiros: “As montanhas nos dão solidez e capacidade de refletir e julgar com serenidade. O mar muda de vez em quando, mas a montanha, não. Minas tem esse sentimento de permanência”, costuma dizer.

Além da dimensão mística, simbólica e cultural, merece destaque a importância econômica do projeto. O turismo religioso é um dos setores com maior potencial de crescimento no país e, portanto, representa divisas e geração de emprego e renda para o nosso Estado, conhecido por sua grande religiosidade. Fato é que, se em 2010 a serra da Piedade recebeu 30 mil visitantes, em 2014 o número chegou a 300 mil e, no ano passado, a 500 mil.

Lamentavelmente, os incentivos ao crescimento do setor ainda são parcos em nosso país. Enquanto todo o Brasil recebeu 6,6 milhões de turistas estrangeiros em 2016 (ano em que sediou as Olimpíadas), somente a Freguesia de Fátima, em Portugal, recebeu 7 milhões. No que depender de Pimentel, em Minas, essa realidade há de mudar. Que os anjos digam “amém”!

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