O IPCA-15, a chamada “prévia da inflação”, chega com uma alta abaixo da esperada. O índice de 0,25% ficou levemente abaixo da expectativa de mercado, e o acumulado de 2025 (4,41%) ficou abaixo do teto da meta de inflação (4,5%). Contudo, é mais sensato ver os dados como uma pausa para reflexão do que como um “presente de Natal”.
O IPCA-15 – que mede o custo de vida do dia 15 do mês anterior ao dia 15 do mês atual, diferentemente do IPCA, que mede do primeiro ao último dia do próprio mês – vem de duas altas seguidas, passando 0,18% em outubro para 0,25% neste mês, pressionado pelas compras de fim de ano e pelo aumento da massa salarial com as contratações temporárias.
Ainda que as passagens aéreas tenham sido o item de transporte com maior alta (12,715), a população de baixa renda que não tem como fazer viagens caras no fim do ano não ficou isenta do ônus inflacionário. As corridas de aplicativo tiveram aumento de 9% no período, assim como os combustíveis, que saíram de uma queda em novembro para aumento de 0,26% no IPCA-15. Os alimentos também subiram, com destaque para carne (1,54%) e frutas (1,45%).
Mas não devemos olhar apenas para o curto prazo. A inflação acumulada ficou perigosamente perto do teto da meta (0,4 ponto percentual). Boa parte dessa conquista vem do que os economistas chamam de “efeito China”: a depreciação do custo dos produtos exportados pelo país asiático devido a um excesso de capacidade produtiva. Ou seja, como nosso maior parceiro comercial produz mais do que os chineses conseguem comprar, o produto fica mais em conta para quem importa.
Enquanto isso, o governo brasileiro não faz a sua parte. A dívida pública passa de R$ 9,75 trilhões, quase 80% do PIB, e a gastança não deve parar em 2026 com os R$ 80 bilhões que o Planalto deixou de fora da meta de gastos no Orçamento para um ano de eleições gerais.
O consumidor brasileiro precisa e merece uma inflação baixa, mas para ser mais que um presente de Natal é preciso austeridade e controle de gastos do Poder Público.
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