EDITORIAL

A cidade ameaçada

Como em outros casos, a experiência de outras cidades do mundo deveria ser considerada


Publicado em 08 de dezembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Choveu forte de novo na cidade, provocando morte e destruição. Ventos com mais de 70 km/h derrubaram árvores em vários pontos da capital. Na região Centro-Sul, uma árvore de 15 m de altura caiu sobre quatro carros e uma van escolar, matando o homem que a dirigia.

Por sorte, cinco crianças que ela transportava não se feriram. Outras pessoas sofreram ferimentos leves, mas seus veículos tiveram perda total. Além da queda de árvores, houve também muitos alagamentos, entre mais de uma centena de ocorrências atendidas pelos bombeiros.

O desastre aconteceu no mesmo dia em que o ministro das Cidades visitava Belo Horizonte para transferir recursos para obras de canalização e urbanização de córrego na região do Barreiro e reparação de danos causados por inundações no bairro Cachoeirinha, na região Nordeste.

O que o homem faz com uma mão, a natureza faz com outra. Isso parece inevitável, à medida que o ser humano começou a agir sobre a face da Terra, construindo, para se proteger das intempéries e de outras ameaças, suas habitações e cidades. Nisso, ele acerta e também erra.

As cidades tornaram-se cada vez mais verticalizadas e pavimentadas, criando problemas como o aumento da densidade populacional e a ocupação exagerada do solo. No meio dessa selva de pedra, plantamos parques, jardins e árvores para amenizar o clima e proporcionar sombra.

Com o tempo, as árvores ganharam porte, convivendo com grande número de pessoas, veículos, residências e negócios. Hoje, elas já não estão apenas em parques e praças, mas também nas ruas, sendo aparadas com frequência para não prejudicar os fios da iluminação pública.

Em vez da poda e supressão, o serviço de parques e jardins da prefeitura deveria colocar na agenda o problema de queda de árvores, que começa a se impor com insistência. As podas e espécies de árvores e a fiação elétrica aérea ainda seriam adequados?

Como em outros casos, a experiência de outras cidades do mundo deveria ser considerada. 

 

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