A Anvisa deve divulgar nesta semana se libera o uso dos autotestes para o coronavírus no Brasil. A medida seria bem-vinda no atual estágio do combate à pandemia, em que farmácias e laboratórios não conseguem lidar com a alta da demanda por exames.
O uso do dispositivo seria incorporado às demais medidas de prevenção, que incluem vacinação, higiene, uso de máscara e distanciamento social. A testagem doméstica facilita o mapeamento do vírus e permite o isolamento da pessoa infectada de maneira mais rápida.
Caso a agência autorize a autotestagem, cabe ao governo formular uma estrutura capaz de receber a notificação dos casos positivos. A implementação desse tipo de exame requer um planejamento cuidadoso. Vale se espelhar em países que já adotam o dispositivo.
N<CW-1>os Estados Unidos, o Centro de Controle de Doenças (CDC) autoriza a venda em drogarias com várias recomendações para uso. Para garantir a confiabilidade do teste, é fundamental que a pessoa siga essas instruções relacionadas à forma de coleta.
Já no Reino Unido, os autotestes são disponibilizados gratuitamente à população, algo que o governo brasileiro tem sinalizado que não deve fazer. Restringir os testes ao uso comercial poderia comprometer a eficiência da estratégia, já que nem todos teriam acesso aos kits. Grande parte da população mais pobre e mais vulnerável à infecção por motivos socioeconômicos teria dificuldade de comprar os equipamentos.
As falhas na testagem estão presentes no Brasil desde o início da pandemia. A autorização do autoteste, desde que haja uma gestão que viabilize o acesso de toda a população a esse método, tem o potencial de atacar esse problema e contribuir para o combate à nova cepa.