Editorial

Bola fora de Djokovic

Tenista vira símbolo da militância antivacina no mundo


Publicado em 18 de janeiro de 2022 | 03:00
 
 
 
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Novak Djokovic tinha tudo para entrar para a história como um dos maiores tenistas do mundo, mas tudo indica que o sérvio vai ficar marcado como um troféu para o movimento antivacina. Por mais contraditório que possa parecer, um atleta de alto nível se transformou em uma das vozes contrárias à ciência.

Djokovic exerce seu legítimo direito de escolha ao não querer se vacinar, mas não se pode ignorar o impacto de suas decisões. 

A polêmica acerca do tenista na última semana extrapolou os limites das quadras. Djokovic vem ganhando adeptos ao redor do mundo por parte de uma minoria que insiste em desacreditar os imunizantes que, comprovadamente, vêm reduzindo o número de mortes em todo o planeta.
Ainda bem que a categoria de Djokovic é uma representação em menor escala do que acontece no mundo em relação à adesão à vacina. De acordo com a Associação do Tênis Profissional (ATP), 97% dos integrantes do ranking de cem melhores tenistas do mundo estão vacinados.

A população mundial que recebeu pelo menos uma dose da vacina chega a quase 60%, segundo a plataforma Our World in Data. 

Os que militam contra a vacinação são uma minoria, mas capaz de contribuir para que a pandemia ainda se arraste. O combate à Covid-19 depende de atitudes coletivas e baseadas na solidariedade.

O trabalho dessa militância não se limita ao coronavírus. A ideia é surfar na onda da pandemia atual para ganhar cada vez mais seguidores. Daí a idolatria e a importância, para eles, de ter um grande nome como Djokovic jogando ao seu lado. 

Do outro lado da quadra, o time da razão conta com a boa informação, os números e o método científico. 

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