Ciência e consciência

Ontem, Belo Horizonte recebeu um aliado no combate a doenças como a dengue, que ano após ano causam perda de vidas na cidade. Foram soltas dezenas de mosquitos Aedes aegypti modificados em laboratório de forma a reduzir a capacidade desses insetos de transmitir vírus. No lançamento da ação, o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado Pinto, disse que a estratégia deve causar queda significativa no número de infectados por enfermidades transmitidas pelo mosquito nos próximos quatro anos. Porém, os cidadãos ainda não foram eximidos da responsabilidade de trabalhar para prevenir a proliferação do transmissor.

Neste ano, em Minas Gerais, 55.377 pessoas se infectaram pela dengue, das quais 11 morreram. Ainda há 53 possíveis óbitos pela doença em investigação. A chikungunya causou 1.386 infecções, e a zika, 123. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES), atualizados em 29 de setembro. As três enfermidades são transmitidas pelo Aedes aegypti.

Pratinhos de plantas, garrafas retornáveis e lixo são alguns dos mais frequentes focos do mosquito encontrados pelos agentes de controle de endemias em residências, de acordo com a SES. Esses criadouros se formam de forma involuntária e são aparentemente inofensivos, mas colocam em risco não só aquele morador que for negligente, mas toda a vizinhança. Um estudo da conceituada revista “Science” revela que o mosquito Aedes aegypti pode voar até cerca de 200 m, o que equivale a cerca de dois quarteirões. 

Os avanços da ciência e a conscientização da população sobre a prevenção a essas doenças são capazes de salvar vidas. Manter o lote livre de focos do mosquito transmissor é um ato de cuidado com o próximo.