Os usuários do transporte coletivo têm mais um obstáculo além dos atrasos e da falta de estrutura nos ônibus: o crescimento da insegurança. No primeiro trimestre deste ano foram 355 furtos e 46 roubos a passageiros, uma média de quatro por dia, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
O celular é o item mais cobiçado. Além do valor do próprio aparelho, os smartphones possibilitam ao criminoso o acesso a dados bancários das vítimas.
Sempre que entra em um ônibus ou metrô da capital, o cidadão tem o risco de ter seu bem subtraído no trajeto. Restam os sentimentos de frustração e impotência.
Não à toa a segurança está entre os principais problemas apontados pelos belo-horizontinos na pesquisa DATATEMPO. A área foi apontada por 9,9% dos entrevistados, atrás de transporte (17%) e saúde (29,3%).
A importunação sexual também atormentam os passageiros. De janeiro a março de 2023 foram 46 registros no transporte público em todo o Estado, enquanto neste ano foram 26 ocorrências desse tipo. A queda pode ser explicada pelas campanhas de conscientização que ajudam a encorajar as vítimas a denunciarem os agressores.
Ações cirúrgicas das forças de segurança voltadas para o transporte coletivo devem ser empreendidas pelas forças de segurança. A Polícia Militar e a Guarda Municipal possuem técnica e equipamentos capazes de monitorar os veículos com base nos trajetos com maior índice de crimes.
A Constituição Federal delega às polícias a tarefa de preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Mas os fatos mostram que cidadãos não estão tendo acesso à segurança pública, um direito de todos, nem mesmo no deslocamento de suas casas para o trabalho ou o lazer.
Essa falha na prestação de serviço é resultado da falta de investimento em inteligência no combate à violência, de uma legislação capaz de punir os criminosos e de um sistema penitenciário verdadeiramente regenerativo.