Um baile funk deixou aterrorizados os moradores do bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, na noite de sexta-feira e madrugada de sábado últimos. O barulho durou até as sete horas da manhã num clube. De manhã, moradores e visitantes viram a destruição.
Além de pessoas caídas pelas ruas, residências foram depredadas, e empregados receberam ameaças. Dois portões de ferro pesados de uma propriedade particular foram arrancados para que o espaço servisse de estacionamento. A polícia registrou nove BOs.
Entre os participantes do baile – cerca de 6.000 ingressos foram vendidos pelos organizadores –, os danos também foram consideráveis. Veículos foram arrombados, e bolsas e celulares, furtados. Um carro se acidentou na avenida Pedro I, e um passageiro morreu.
A festa aconteceu num bairro abastado, mas esse tipo de evento ocorre também em outros pontos da cidade e da região metropolitana, inclusive em regiões pobres. Para quem vai, é uma festa, uma oportunidade de extravasar; mas para a vizinhança, é o horror.
No mínimo, ninguém consegue dormir com o barulho da música ruim atravessando a madrugada, porque a Lei do Silêncio não é respeitada. A partir de certa hora, o estresse toma conta da pessoa, que passa a ficar preocupada com o que está acontecendo.
Isso é frequente, ocorrendo todos os fins de semana por toda a região metropolitana. Pessoas ganham dinheiro alugando seus clubes, sítios, bares e lajes para essas festas. As autoridades permitem esses eventos, já que os organizadores cumprem as formalidades burocráticas.
Mas isso é pouco. O carimbo em alguns papéis não indica que está tudo OK. Geralmente, não está, já que a legislação existente é defasada, não contempla todos os lados do problema, como os interesses dos moradores do entorno do evento, que são ignorados.
Os vereadores deveriam providenciar uma lei regulando a realização dessas festas de arromba.