A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) é uma prova aplicada em todo o país nos alunos do terceiro ano do ensino fundamental, quando eles deverão estar plenamente alfabetizados.
Em 2014, 2,5 milhões de estudantes fizeram a prova. Destes, 1,4 milhão não apresentaram uma aprendizagem considerada adequada em matemática, 865 mil em escrita e 558 mil em leitura.
Com base nesses dados, o movimento Todos pela Educação fez um estudo em que apurou que 85,9% das crianças das famílias com renda de até sete salários mínimos sabem as matérias do terceiro ano do ensino fundamental, enquanto isso acontece só com 14,3% das crianças das famílias com renda de até um salário mínimo.
A diferença é de seis vezes. Nas famílias pobres, 45,4% das crianças têm nível adequado de aprendizagem em leitura; 24,9% em escrita; e 14,3% em matemática. Nas famílias ricas, os índices são 98,3% em leitura; 95,4% em escrita; e 85,9% em matemática.
O estudo mostra que a desigualdade social no Brasil começa já no ensino fundamental, mantendo-se nos outros níveis de ensino. Isso deságua no desenvolvimento profissional e no mercado de trabalho, com uns e outros ocupando posições diferentes na escala social.
O domínio daquelas matérias, sobretudo da língua, é fundamental para o indivíduo avançar na aprendizagem e na vida. O que o estudo demonstra é que as crianças brasileiras não têm as mesmas oportunidades. Para começar, o sistema de ensino é extremamente desigual.
A qualidade da educação varia de escola para escola, de região para região e até de bairro para bairro. Enquanto as crianças de famílias ricas frequentam a escola privada, as de famílias pobres estão na escola pública. Nesta, a gestão pode ser tanto federal como estadual e municipal.
Há poucos dias, o governo lançou um programa pelo qual todas as escolas terão de observar 60% de um currículo comum. É uma tentativa de padronizar um mínimo de qualidade na educação, mas que só num prazo muito longo eliminará a diferença que começa na escola.
O Brasil não tem tempo para esperar tanto.
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