Os furtos de veículos são uma ameaça constante à população, em meio às falhas na segurança pública. Belo Horizonte lidera o ranking desse tipo de crime no Estado, como mostra a reportagem de O TEMPO nesta edição.
Existe uma tendência de crescimento do crime em todo o Brasil, segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Conforme o relatório mais recente, o país tem, em média, mil casos de roubos e furtos de veículos por dia.
Além do trabalho de repressão ao crime, o combate ao furto de carros depende da ação de inteligência para localizar os receptadores. Os veículos são furtados em poucos segundos, enquanto peças valiosas transportadas em caminhões lotados circulam pelas ruas e estradas sem levantar suspeitas.
Por trás desse esquema, estão as quadrilhas e grandes facções criminosas, que têm nos veículos roubados e furtados uma das diversas formas de financiamento. Os carros também são usados nas próprias atividades criminosas, como no transporte de drogas ilícitas e roubos a residências.
No “chão de fábrica” dessa indústria do crime, os ladrões agem, geralmente, à mão armada e com violência contra as vítimas. Anteontem, um motorista de aplicativo teve seu veículo roubado por um casal no bairro Anchieta, região Centro-Sul da capital mineira, em plena luz do dia. O casal suspeito já teria cometido pelo menos outros dois crimes do mesmo tipo.
O cidadão que tem a vida e o patrimônio ameaçados se sente impotente diante da ousadia dos criminosos e de certa brandura das leis. E a população ainda sofre com outro efeito da alta de furtos: o aumento do preço do seguro veicular.
Atualmente, a pena geral prevista para o crime de receptação, no Código Penal, é reclusão de um a quatro anos e multa. Existem projetos em tramitação no Congresso que aumentam a pena.
O debate é válido, já que a receptação é um elo importante no ciclo do roubo. Os representantes eleitos servem para isto: solucionar os problemas que atormentam o dia a dia da população.