Oito em cada dez brasileiros defendem que a classe política deveria unir-se por uma causa nacional em vez de brigar por um partido ou outro, segundo pesquisa do Instituto Ipsos. Mas as discussões sobre a reforma política e a revisão da meta fiscal mostram que o único ponto em comum entre os parlamentares é o foco desmedido nas eleições de 2018.
Em um esforço de autopreservação que ignora os próprios eleitores, deputados cobram do presidente da República a elevação do rombo nas contas públicas para R$ 170 bilhões ou até mais para que os recursos extras sejam usados não em investimentos em infraestrutura ou na tão urgente retomada do crescimento, mas em emendas parlamentares voltadas a interesses locais, quando não paroquiais, no ano eleitoral.
Amarrado pelo centrão e pela luta por sobrevivência política, Temer deixou nas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a função de promover a conciliação entre equipe econômica e os líderes partidários.
Outro sinal da inapetência pelo interesse do cidadão é a falta de cerimônia com que deputados defendem o fundo de R$ 3,6 bilhões em dinheiro público para bancar campanhas políticas – dinheiro mais que suficiente para construir 103 hospitais ou 1.029 escolas. Mas, para alguns, perpetuar no poder os atuais grupos hegemônicos, alvos de um sem-número de investigações, aparenta ser mais urgente e necessário do que saúde e educação.
Tal descolamento da realidade explica o fato de que 94% dos brasileiros não se sintam representados pelo Congresso, e o de que 86% afirmem que a democracia não é respeitada. Esse sentimento, que é preocupante num país definido pela Constituição exatamente como uma democracia representativa, talvez seja a solução do problema. Em vez de esperar a superação das divergências partidárias pelos parlamentares, os cidadãos deveriam, eles mesmos, unir-se nas urnas em favor daqueles políticos cuja visão de futuro vai além de 2018.
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