Sabe aquelas velhas máximas que se escutam por aí, do tipo “homem não presta!” ou “homem é tudo igual: bobo e imaturo” e outras lendas urbanas e mitos a respeito do antigo sexo forte? Pois bem, é hora de sermos mais objetivos e, sem preconceitos, entendermos a cabeça, o comportamento e a psicologia masculina.

Antes de qualquer consideração, é importante deixar claro que a única novidade nos últimos séculos é o papel que a mulher conquistou. Sim, a grande novidade nos últimos cem anos veio delas! Afinal, de meras donas de casa, parideiras, na retaguarda com suas prendas domésticas, subservientes aos seus maridos machões, sem poder votar, ter direitos básicos, trabalhar fora, trair, ganhar o próprio recurso, ser independente, usar calças e ir a qualquer lugar que desejassem, venhamos e convenhamos, ser mulher era próximo de escravidão. Hoje, sem dúvida, o mundo é feminino, e homens caminham para a extinção se não se adaptarem e aprenderem com o sexo oposto.


Recorro à etologia, que é a ciência que compara o comportamento animal ao dos seres humanos. Na natureza, o papel do macho é espalhar seus genes, conquistar seu território, trazer caça aos filhotes, defender sua família ou bando e fazer a dança do acasalamento (o antigo e desejável flerte ou namoro), tentando atrair a atenção da fêmea exibindo seus predicados e apresentando seu diferencial em relação aos outros concorrentes.

Movido, pois, pela necessidade de conquista, essa é a verdade. Luta para ser o chefe, o macho-alfa, ele quer o máximo de parceiras e a melhor recompensa da caçada. Se possível, tem seu harém, é infiel e busca novidades, embora uma minoria seja fiel, como as águias, por exemplo. Se, por um lado, eles têm mais força física do que elas, por outro elas têm muito mais resistência que eles. E, cá entre nós, resistência é algo bem mais importante, pois, se o homem tivesse que parir, a humanidade já estaria extinta.

Vale aqui mencionar uma característica masculina que a cada dia se acentua mais: a tendência à acomodação e à preguiça. Para esclarecer e reforçar isso, damos o exemplo da caçada. Se esta for boa e houver fartura, os machos podem passar dias desinteressados por tudo, dormindo, parados, enfastiados. Somente a necessidade desperta a vontade. Enquanto isso, as mulheres não param, com suas múltiplas funções da maternidade, cuidados com a toca, vida conjugal, trabalhar fora....
Outra coisa é que os homens são práticos e racionais, de pouca conversa. Adoram viver em grupo com outros machos (vide a turma da pelada, do chope; amigo é assim, vai), ou seja, são confrades. Daí existir uma certa tensão quando alguém da turma começa a namorar e a faltar aos ritos (alguns deles bem bobos e pueris) coletivos, como tomar todas, jogar games e aprontar na balada.
Monotemáticos, fazem os assuntos futebol e mulher predominarem, assim como adoram exibir suas conquistas e mentiras, para ascender na hierarquia do grupo. Desatentos, não percebem o vestido novo ou a novidade do corte de cabelo das companheiras, para infelicidade delas. É que a visão é mais geral e menos detalhista.

A verborragia feminina (afinal, a mulher é verbal e adora discutir relação) é algo inerente ao universo feminino, é algo que impacienta ou se torna indiferente para o homem, assim como a afetividade e as emoções são muito mais negadas ou mascaradas no mundo masculino. Compreensível, já que gestar, amamentar e criar filhos são funções que, além de sagradas, expandem sentimentos, transbordam amor e criam um potencial de sensibilidade que todo homem deveria aprender.

De resto, a constatação da decadência do machismo e do empobrecimento existencial dos homens, pois as mulheres, nesse impulso de conquistar espaço e evoluir, se desbalizaram e pioraram a qualidade masculina, afinal, o que é fácil não tem valor, e, para reequilibrar relações, mulheres têm que recuperar a estima própria, precisam ser mais reivindicantes e não banalizar, desde beijos até a sexualidade, nem competir por coisas tão decadentes do mundo masculino.