EDUARDO AQUINO

Cuidado: sorrir é contagioso

Redação O Tempo


Publicado em 14 de maio de 2017 | 03:00
 
 
 
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Alguns estudos comprovam fenômenos tão óbvios que nos perguntamos por que são feitos. Por exemplo, por que quando alguém boceja, dispara a mesma reação nos que estão próximos? Tal mecanismo se assemelha quando alguém começa a coçar. Aí vem toda a explicação desse espelhamento.

Agora, veio a reciprocidade do sorriso. Ufa, que alívio! Pois sempre fui um devoto participante da arte de sorrir. Amo sorrir. Aflige-me seu desaparecimento no dia a dia. Sorrir é o maior ato de empatia humana. Emite a simbologia de paz, propõe proximidade e oferece comunicação. No estudo que li, diz que há a liberação de substâncias químicas cerebrais produtoras de prazer (dopamina) e amorosidade (ocitocina).

Lembro do meu avô Zé Cocão,contando-me sobre seus passeios na avenida Afonso Pena, nos anos 40 e 50, quando todos cumprimentavam os desconhecidos tirando os chapéus, sorrindo e falando um sonoro “bom dia”. Bons tempos, imagino, com uma ponta de inveja.

A falta do sorriso na sociedade atual é proporcional à rapidez com que se move, ao medo que ronda as cidades, com rostos voltados para telas, mentes aprisionadas por preocupações doentias. A individualidade se confunde com a solidão, e a desconfiança rouba a necessidade de criar relações humanas. Visto sob tais perspectivas, pra que sorrir?

Se não for por nada, que seja porque faz bem à saúde, sua e de todos, já que é contagioso. Quem sorri vive mais, tem mais relações sociais, melhor sucesso profissional e afetivo, mais chance de ser contratado e é bem tratado em ambientes públicos. O sorriso mostra um ser saudável, amistoso, disponível e atraente. E, olha que não citei risadas! Pois estas são o orgasmo da alegria, o desopilar do fígado e a limpeza mental.

Pratiquem, comecem aos poucos. No elevador, no trabalho, com um vizinho mal-humorado, com os que te rodeiam, com os desconhecidos ou o motorista. Quando for a uma repartição ou a um banco. Sorriam mesmo que não te retornem. Falem “bom dia” e “boa tarde”.

Não bastam “emojis”, temos que existir, melhorar, contribuir, despoluir o planeta do mau humor, do estresse, da falta de civilidade e da empatia. Não uso armas, sorrio. Para câmaras, para selfies sem celulares, para o porteiro, o bebê, sua mãe e o lixeiro que, aliás, vive sorrindo.

Não é nada, não é nada, é muita coisa para um planeta tão fantástico!

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