EDUARDO AQUINO

Feminismo, machismo: nós também!

Redação O Tempo


Publicado em 12 de fevereiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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De tempos em tempos, de onda em onda, absurdos vêm à tona, e a animalidade inerente à precocidade evolutiva humana indigna a maior parte das pessoas. Num mundo interligado, multimeios, que, hoje, cabem na palma da mão, nem se fala. O assédio masculino é o assunto da vez. #metoo se alastrou nas redes, e famosas expuseram os podres de testes do divã; constrangimentos de leve a gravíssimo imperam nas relações hierárquicas que envolvem homem-mulher.

Nada de novo no reino da Dinamarca. Sempre cheirou podre e, por um bom tempo, assim será. Machos são inexoravelmente movidos a testosterona, hormônio que desencadeia terremotos de impulsividade, agressividade e sexualidade. Somem-se tais comportamentos a uma infantilização alarmante dos homens contemporâneos, ao uso e ao abuso do álcool, que desinibe, erotiza e tira a civilidade do usuário (de ambos os sexos no caso), acrescentem as drogas sintéticas, que são chamadas de “drogas do amor", que aumentam a libido, o desejo, como o ecstasy, a cocaína e outros, e ainda considerem o Viagra e descendentes. Eis a fórmula da falta de limite e do caos interpessoal. A explosão do abuso, da violência, da bestialização da sexualidade, do relacionamento afetivo vem da idade das pedras e perpassa as guerras tribais, onde escravas sexuais satisfaziam a selvageria dos conquistadores.

Assim foi em civilizações sofisticadas, como a grega, a egípcia, a romana ou mesmo a portuguesa, além da espanhola ou da japonesa na Segunda Guerra, e nos Balcãs, na evoluída Europa, recentemente, na desintegração da Iugoslávia.

Tráficos de mulheres e redes de prostituição imperam no mundo inteiro. Sites pavorosos de pornografia permeiam grande parte dos lares insuspeitos no seio das melhores famílias. Meninas nos EUA fazem mais sexo oral do que beijam na boca sob a pressão dos colegas, segundo um livro recém-lançado sobre a banalização e a falta de orientação de pais e educadores no que tange à educação sexual. A volta de doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, sífilis, cancro, chato e outras, é alarmante, assim como o envio de nudes por adolescentes novas e pré-adolescentes.

A natureza exige mais do que se discutir o papel do que é masculino ou feminino ou a igualdade de gêneros e sua diversidade: se algum dia homem parir ou se mulher ganhar prova de 100 metros rasos. Porque mulher menstrua e tem TPM ou porque homem é tão superficial e acomodado, e a mulher, mais verbal e resistente.

Fomos feitos para nos complementar, somar e multiplicar. Enquanto insistirmos em competir, subtrair, dividir, diferenciar, estaremos fadados a ser o “eu" e o “você" e, enquanto nos distanciarmos do “nós “, seremos atingidos por essa inútil guerra dos sexos, ou gêneros, se preferirem.

Sexo é epílogo de um livro mágico de relação afetiva permeada no respeito, na admiração, na afinidade e na lealdade, infelizmente, para uma minoria.

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