Pra posteridade

Coluna Esportivamente traz 10 momentos marcantes da Olimpíada de Tóquio

A edição de 2021 não foi diferente, proporcionando situações que serão lembradas por muitos anos e ficando nas lembranças e corações de quem acompanhou os Jogos

Por Daniel Ottoni
Publicado em 08 de agosto de 2021 | 07:01
 
 
 
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Toda edição de Olimpíada rende momentos que ficam para a posteridade. Seja de alegrias, tristezas, vitórias e derrotas, alguns inspiram pelo espirito olímpico e dignidade, com alguns valores falando mais alto do que os próprios resultados.

A edição de 2021 não foi diferente, proporcionando situações que serão lembradas por muitos anos e ficando nas lembranças e corações de quem acompanhou os Jogos.

A Coluna Esportivamente citou alguns dos momentos (nem todos positivos) que prometem ficar na história do maior evento esportivo do mundo

1. 'X' no pódio - Raven Saunders não obedeceu orientações do Comitê Olímpico Internacional (COI) e teve manifestação política do pódio. Com a prata no peito no arremesso de peso, ela fez o gesto de 'X' acima da cabeça, uma representação da interseção onde todas as pessoas oprimidas se encontram. Negra e homossexual, Saunders disse que esperava continuar a inspirar e motivar comunidade LGBTQIA+, afro-americanos, negros em todo o mundo e aqueles que lutam contra problemas de saúde mental, situação que ela também vivenciou na carreira. Ela corre risco de punição nos próximos meses. 

2. Atletas dividindo o ouro - Amigos pessoais, o italiano Gianmarco Tamberi e o catari Mutaz Essa Barshim dividiram o lugar mais alto do pódio na prova de salto em altura. Eles chegaram a tentar uma marca mais alta, sem sucesso, aceitando sugestão de cada um receber a medalha dourada. Em 2017, o italiano se trancou no quarto do hotel e não queria falar com absolutamente ninguém após resultado ruim na Diamond League. O desempenho teve relação com lesão grave que o deixou de fora dos Jogos do Rio, em 2016. Mutaz apareceu no quarto do italiano e insistiu que só sairia de lá depois que os dois tivessem uma conversa. As palavras reconfortantes do catari foram uma grande ajuda na retomada do sucesso do italiano. 



3 - Estratégia e superação - Holandesa Sifan Hassan deu show na prova dos 1500m rasos do atletismo. Na classificatória, ela chegou a cair após choque com outra atleta, perdeu várias posições e conseguiu se recuperar para vencer a prova de forma surpreendente. Na semifinal, ela 'escondeu' o jogo, ficando bem pra trás até a última volta quando arrancou para a vitória, antes do bronze na final. Ela saiu de Tóquio com o ouro nos 5000m. 

4 - Humanos, não máquinas. A ginasta Simone Biles tinha uma expectativa gigante depositada em suas apresentações, chegando nos Jogos como uma dos maiores nomes da Olimpíada. A atleta abriu mão de participar de algumas provas para preservar sua saúde mental, um gesto de humildade e caráter que mostrou a forte pressão que os atletas sofrem em um evento deste tamanho. 



5 - Sem bronze a 400m do fim - A brasileira Erica Sena, da marcha atlética, rumava para uma medalha histórica na modalidade quando sofreu a quarta punição a 400m da linha de chegada. Ela precisou ficar de fora da prova por 2min, se despedindo do pódio em uma das maiores frustrações da sua carreira.



6 - Recordista - Norte-americana Allyson Felix, aos 35 anos, chegou aos 11 pódios em Olimpíadas (sete ouros). Ela ultrapassou o conterrâneo Carl Lewis e se tornou a atleta com mais medalhas olímpicas dentro do atletismo. 



7 - Decepção - Elenco do futebol brasileiro se recusou a usar agasalho da fornecedora de material esportivo do Comitê Olímpico Brasileiro. Uma falta de respeito com uma das principais patrocinadoras do COB e mostrando uma atitude egoísta, que passa longe dos valores olímpicos. "A mensagem foi clara: não fazem parte do time e não fazem questão. Também estão completamente desconexos e alienados às consequências que isso pode gerar a inúmeros atletas que não são milionários como eles", escreveu Bruno Fratus, nadador medalhista de bronze nos 50m livre em Tóquio, nas redes sociais.



8 - É ouro! Depois de três medalhas olímpicas no Rio de Janeiro, Isaquias Queiroz finalmente conseguiu o almejado ouro na canoagem de velocidade. Isaquias, nos últimos anos, sempre reforçou este desejo, cumprindo uma missão que tinha dentro de si de retribuir empenho e dedicação do técnico espanhol Jesús Morlan, grande responsável por seu patamar de destaque no cenário internacional, que faleceu em 2018. 

9 - Mais egoísmo - Total de 10% da delegação brasileira se recusou a vacinar antes dos Jogos, em mais um gesto de egoísmo. Após ficar sem o pódio, Gabriel Medina chegou a admitir que ele foi um dos que não se imunizou mesmo com quatro possibilidades de se proteger. Nas redes sociais, o surfista usou a desculpa da 'falta de tempo' para justificar, garantindo que vai procurar a imunização em breve. A ausência de vacina o fará perder etapa do circuito mundial em breve. 

10 - Deu saudade? Laurent Tillie, técnico da seleção francesa masculina de vôlei, mostrou que ainda leva jeito pra modalidade. No duelo das quartas de final, contra a Polônia, ele deu peixinho pra salvar bola durante tie-break. Seu esforço foi recompesado com a medalha de ouro para o país. 

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