Corda bamba

Em situação crítica, Denk Maringá (PR) ameaça abandonar a Superliga

Não repasse de verba do patrocinador gera saída de atletas e clima quase insustentável na equipe presidida pelo ex-levantador Ricardinho

Por Daniel Ottoni
Publicado em 24 de janeiro de 2020 | 11:13
 
 
 
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Perto de completar três meses de salários atrasados, a torcida do Denk Maringá (PR) recorreu a uma iniciativa que muitos fazem em momentos de dificuldade. No entanto, a ideia de realizar uma 'vaquinha' pela internet não é tão comum assim em times profissionais. No entanto, foi essa a alternativa encontrada pelos torcedores, algo que sofreu resistência da diretoria do clube em um momento inicial.

A situação ficou tão complicada que acabou sendo aceita. O Maringá tem dificuldades para arcar com custos básicos como valores de arbitragem nos jogos dentro de casa. O time não tem recebido os recursos acordados com o patrocinador e existe uma promessa de um repasse até o final da próxima semana. Uma reunião aconteceu nesta quinta-feira com a presença de todo o elenco e da diretoria, que expôs a situação.

O valor total pedido na 'vaquinha' é de R$ 1, 8 milhão. O time corre o risco de deixar de jogar a Superliga antes mesmo do fim da fase de classificação. Atletas do Maringá enfrentam, diariamente, problemas para manter as contas em dia e até se alimentar. Um dos jogadores arca, por conta própria, o trabalho de fisioterapia. A realidade é que muitos estão pagando para trabalhar. Empresários locais ajudam como podem para manter o time 'de pé'.  

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O grande problema está no contrato feito, que exige exclusividade da marca Denk na camisa. Se um outro patrocinador interessado aparecer, o time se vê de 'mãos atadas', não podendo aceitar tal proposta. Segundo apuração da reportagem, o valor do patrocínio está bloqueado na justiça e despesas básicas como viagens estão comprometidas. 

Debandada

Nas últimas semanas, o time, presidido pelo ex-levantador Ricardinho, viu jogadores deixarem o elenco. O primeiro foi o ponta Renato, que rumou para a segunda divisão do vôlei italiano. O segundo foi o experiente oposto Lorena, de 41 anos, que se transferiu para o Lavras Vôlei, que iniciou, nesta quinta-feira, a disputa da Superliga B.

Em seguida, o também oposto Thomaz anunciou sua saída do clube. Situação parecida aconteceu com um membro da comissão técnica que foi acolhido na casa de um dos atletas. Ricardinho chegou a deixar os atletas à vontade para seguirem seu caminho, caso não queiram permanecer no elenco. Novas ausências fariam o técnico Alessandro Fadul ter ainda mais dificuldades para ter peças de reposição. O Maringá está em sétimo lugar na Superliga, somando cinco vitórias em 14 jogos e dentro da zona de classificação para os play-offs. Até aqui, o time soma seis participações no maior torneio do país e já teve, algumas vezes, a maior média de público de todo o torneio. 

Fair play que de pouco vale

Na atual temporada, o Botafogo deixou de jogar a Superliga por dificuldades financeiras, abrindo espaço para o Ponta Grossa (PR), que não chegou a comprovar quitamento dos débitos da última temporada. O fair play financeiro da CBV, que exige a comprovação das dívidas, acabou sendo deixado de lado, permitindo a presença de um time que ainda não pagou os atletas na edição anterior da Superliga. 

 

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