Enérgico

Futsal: técnico do Minas usa yoga e meditação para acalmar os ânimos em quadra

Com sangue uruguaio, Peri Fuentes sabe que equilíbrio é a palavra-chave para tirar o melhor dos seus atletas sem perder

Por Daniel Ottoni
Publicado em 02 de julho de 2021 | 07:03
 
 
 
normal

A postura do técnico Peri Fuentes, do time de futsal do Minas Tênis Clube, na beira da quadra, nos jogos da Liga Nacional, é a mesma que acontece durante os treinos diários no clube da Rua da Bahia.

Agitado, enérgico, falante e impaciente, Peri não alivia para seus atletas, mesmo comandando um elenco jovem, com muitos atletas com idade máxima de 20 anos. Neste sábado, às 11h, o Minas volta a jogar pela LNF diante do Pato, lanterna do grupo C, para se manter na zona de classificação do grupo. A partida terá transmissão ao vivo pelo site da LNF. 

Até aqui, o Minas está na quarta posição, com os cinco melhores do grupo se garantindo na próxima fase. 

"Sou de Santana do Livramento, na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Herdei esse jeito da minha mãe, tenho muito desta alma de castelhano. É meu perfil no âmbito pessoal e profissional e já me gerou muitos problemas com atletas e membros de comissão técnica. Às vezes, é difícil separar as coisas e entender o jeito e personalidade de cada pessoa. Ainda mais, com a gestão de grupo sendo algo tão importante. Muita gente tem dificuldade de entender este meu jeito", pontua Peri, que não chegou a ser jogador de futsal, nem na base nem no profissional. 

Peri não para um minuto, orientando os atletas dentro de quadra e aqueles recém-saídos dela. "Meu grande desafio é controlar as emoções, sou perfeccionista e detalhista, tento tirar o máximo de cada atleta, sempre sabendo que não estamos diante de uma ciência exata. Em um segundo, pode-se perder uma classificação, como aconteceu com o nosso time em 2019. O que me tira do sério é a falta de competitividade em algum momento do jogo", admite. 

"No futsal, não se pode dar brechas, a bola pune", resume. O jeito de Peri precisa ser bem assimilado pelos atletas, que respeitam sua forma de trabalhar, mas também indicam que nem sempre é fácil entender a maneira explosiva do treinador. 

"Ele tem esse jeito agitado também nos treinos, principalmente naqueles mais perto das partidas. Ele quer a equipe ligada e rendendo também no desconforto. Quando mais novo, trabalhei com alguns treinadores agitados, mas nunca com alguém como ele", compara o fixo Ferro.

"O lado positivo é que ele nos mantém sempre em alerta, nos cobra para fazer o melhor. O lado negativo é quando passa um pouco do ponto e acaba gerando conflitos", comenta o jogador. 

Alternativas para uma postura menos enérgica

Ciente da sua personalidade forte, Peri sabe que é preciso pegar mais leve em alguns momentos. Desde 2018, ele tem praticado yoga e meditação, que já trouxeram resultados positivos na sua forma de gerir o grupo. A prática também acontece com os atletas do seu elenco, iniciativa que veio com o técnico anterior Paulo César Cardoso, que será adversário neste sábado. 

"Notei mudanças principalmente no dia a dia, na convivência com os atletas. Esta relação amadurece o trabalho, a experiência nos faz gerenciar melhor as ações, reações e atitudes, principalmente durante a pandemia. O contexto atual nos fez refletir sobre o lado humano, como somos frágeis e como precisamos de força mental para conquistar os objetivos", comenta. 

A iniciativa é aprovada pelos atletas, que sabem que é preciso sempre encontrar um equilíbrio na postura na beira de quadra. 

"Sou a favor desta ideia dele, é bom para conseguir se manter mais tranquilo, e saber filtrar a hora de cobrar mais firme e a hora de tranquilizar a equipe", garante Ferro. 
 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!