FERNANDO PIMENTEL

Longe dos holofotes, perto das pessoas

Trabalhando para consolidar um novo modelo de gestão


Publicado em 11 de dezembro de 2016 | 03:00
 
 
 
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Longe dos holofotes, que preferem iluminar espetáculos midiáticos, e apesar de todas as dificuldades financeiras que castigam União, Estados e municípios, o governo de Minas Gerais está trabalhando duro para consolidar um novo modelo de gestão no Estado. Trata-se de uma verdadeira inversão de prioridades.

Durante anos, os mineiros conviveram com governos centralizados e centralizadores, que decidiam a vida de milhões de pessoas a partir de gabinetes confortavelmente instalados em Belo Horizonte. Foi desta forma que gastou-se dinheiro público em poucas e seletivas obras grandiosas, mas que pouco ou nada beneficiavam a população. Enquadram-se como exemplos a Cidade Administrativa, onde foram enterrados cerca de R$ 2 bilhões, e o Hidroex, um monumento à má gestão pública que torrou mais de R$ 230 milhões dos mineiros e das mineiras.

Agora, isso mudou. A lógica da nossa administração, avalizada pelas urnas – e isso é essencial em tempos em que a democracia parece não significar muito para algumas correntes políticas –, é ouvir as pessoas em todas as regiões do Estado para saber o que efetivamente vai melhorar suas vidas.

O que isto significa? Significa que este não será o governo das obras faraônicas e benefícios questionáveis – até porque os tempos de gastança ficaram para trás em todo o mundo. Mas será o governo do que tenho chamado de “pequenas entregas” – ou seja, obras que, embora não sejam colossais e nem demandem bilhões de reais, beneficiam milhares de pessoas em todas as regiões do Estado.

Ligamos, por exemplo, energia elétrica nas casas de 20 mil famílias que, até então, não tinham acesso à luz. Trata-se de uma mudança extraordinária na vida dessas pessoas – só quem vive sem luz em pleno século XXI sabe o que isso representa. Outro exemplo: no ano passado, uma obra relativamente simples no Sistema Paraopeba garantiu o abastecimento de água para a Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Já investimos cerca de R$ 500 milhões no Minas Digital, o programa de incentivo às pequenas empresas de base tecnológica (startups), que estão fazendo do Estado uma referência mundial em inovação.

Reformamos e pavimentamos trechos de rodovias estaduais em todas as regiões. E temos investido em áreas que têm forte potencial para gerar emprego e renda, como artesanato, agricultura familiar, gastronomia, moda e cultura. Tudo – reafirmo – em constante diálogo com a população.

Talvez o exemplo mais eloquente da nova maneira de governar o Estado venha do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A instituição, antes acostumada a andar de braços dados com grandes empresas, agora atua com foco nos pequenos e médios empreendimentos, que são responsáveis por mais de 90% dos postos de trabalho no Estado. Nos últimos dois anos, o BDMG repassou cerca de R$ 2,5 bilhões para este segmento.

Esta é a grande mudança em Minas Gerais: o foco da gestão. É como se, antes, morássemos num grande condomínio residencial cheio de goteiras, canos furados, lâmpadas queimadas e paredes infiltradas – e, mesmo assim, o antigo síndico gastou o dinheiro dos moradores construindo um salão de festas que beneficiou poucos apartamentos. Agora, estamos consertando as goteiras e os demais estragos para beneficiar a todos. Repito: não seremos o governo das obras suntuosas e efeitos duvidosos. Seremos o governo das pequenas entregas para muitos.

Estamos fazendo todas estas mudanças num quadro financeiro dramático e conhecido por todos, de grave crise econômica no país e nos Estados. Encontramos um Estado já com déficit nas contas públicas, que se agravou com a crise e nos obrigou a tomar medidas drásticas como o decreto de calamidade financeira, que permitirá maior flexibilidade no manejo de recursos, de forma a garantir que áreas essenciais, como saúde, educação e segurança, continuem funcionando sem prejuízo para a população. Já havíamos tomado outras medidas fortes antes, como o contingenciamento de R$ 2 bilhões no orçamento estadual e a reforma administrava, sempre tendo como meta ajustar o governo para atender aos mineiros e mineiras.

Gosto de dizer que, se a marca dos governos fosse um provérbio popular, a de alguns seria: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Mas não é nosso caso. Acreditamos que, se a “farinha” é pouca, o “pirão” deve ser dividido com todos. Estamos trabalhando duro e com dedicação para isto. Este será nosso legado: uma Minas Gerais para todos.

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