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CAROL RACHE
Não se perca no caminho do outro
'Há muita réplica tentado seguir à risca o desenho original e se escondendo atrás da justificativa nobre da inspiração.'
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Enquanto você tenta copiar mecanicamente a “fórmula de sucesso” do coleguinha, ele segue desbravando caminhos inexplorados e se destaca pelo pioneirismo.
As pessoas têm confundido os significados das palavras “inspirar” e “imitar”. Há muita réplica tentado seguir à risca o desenho original e se escondendo atrás da justificativa nobre da inspiração.
Dizer que alguém te inspira não pode ser pano de fundo para fazer “Ctrl+C Ctrl+V” na estratégia do outro. Ao tentar seguir as pegadas de quem já desbravou um caminho, você deixa de explorar a estrada que estava ali, esperando por você. A jornada do outro é do outro, e, por mais que você insista em segui-lo, lá na frente vai encontrar uma porta cuja entrada só é permitida ao personagem real – dublês ficarão fora.
Serve para tudo: para estratégias de vida, de negócios, de saúde e até de relacionamentos.
Não existe apenas uma forma de ser feliz. Não existe apenas um norte para o sucesso. Não existe uma dieta que funcione para todo mundo. Não existe um protocolo-padrão que garanta o relacionamento harmônico.
O que nos realiza é diferente porque somos seres únicos. Temos lacunas diferentes no nosso universo interior. Temos vaidades divergentes. Temos sonhos destoantes, urgências discrepantes e pulsões particulares.
As pessoas que se destacam o fazem porque colorem sua pintura com o próprio olhar. Elas se escutam, se conhecem, se atendem, confiam no que desejam manifestar e não se distraem com a gritaria de quem se esforça para criar padrões. Ao contrário: escutam os sussurros baixos da própria essência e parecem estar sempre sendo guiados por uma força que faz fluir.
É da conexão que vem a inspiração, e não da imitação.
Você pode aprender com muitas pessoas, pode modelar alguns passos, pode pedir ajudar, pode se sentir motivado. Mas, enquanto você não descobrir a sua magia, vai sempre depender de alguém para te ensinar novos truques.
Enquanto seguirmos passos de outras pessoas, caminharemos sempre atrás, ficaremos dependentes das pegadas e nos sentiremos confusos e paralisados na primeira chuva, quando a água limpar as marcas dos passos de quem seguíamos.
O que faz sucesso e gera identificação é a espontaneidade. É ver alguém saindo do comum e vibrando em autenticidade. É se maravilhar com uma ideia de alguém que pensou fora da caixa.
Porém, há muita gente querendo copiar a ideia alheia e trocar só a embalagem. Pode funcionar até certo ponto, mas não será “uma Brastemp” porque não terá o sabor especial da novidade.
Precisamos acordar e perceber que é na nossa diferença que nos destacamos. Que muitas vezes julgamos nossas assimetrias sem perceber que, quando somos a ovelha negra, apesar de estarmos dissonantes do rebanho, naturalmente chamamos mais atenção.
Nós sempre seremos uma péssima réplica de outras pessoas e uma versão exclusiva e única de nós mesmos.
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