JOSÉ REIS CHAVES

As manifestações do Espírito Santo e a confusão de interpretações

Dogmas são polêmicos porque não têm fundamento bíblico


Publicado em 24 de março de 2014 | 03:00
 
 
 
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Os dogmas cristãos, que respeito, são doutrinas polêmicas justamente porque não têm fundamento bíblico. E o trinitário é um dos mais complicados. Ele foi criado a partir do Concílio Ecumênico de Niceia (325), quando os teólogos divinizaram Jesus. Daí que eles mesmos acrescentaram-lhe que se trata de um mistério de Deus. Mas, na verdade, esse mistério é dos teólogos, e não de Deus!

E os dogmas mais antigos foram introduzidos no Credo (profissão de fé) denominado Símbolo da Fé Cristã niceno-constantinopolitano. É niceno porque tem sua origem no citado concílio de Niceia (325), e constantinopolitano porque ele teve continuação no de Constantinopla (381).

E eis, na Bíblia, os vários significados do Espírito Santo. O espírito de Moisés é um Espírito Santo.

Eles (o povo) contristaram o Espírito Santo de Moisés. “Onde está o que pôs nele seu Espírito Santo?” (Isaías 63: 10 e 11). Nela, realmente, nós somos o Espírito Santo. E mesmo quando ele aparece com o artigo definido “o”, individualizando o espírito, ele é humano. O espírito de Daniel é um Espírito Santo (Daniel 13: 45, da Bíblia Católica). Mas, nos originais bíblicos, o Espírito Santo aparece mesmo é com o artigo indefinido “um” designando um espírito humano. Nosso corpo é santuário do Espírito Santo. (Nos originais, não se diz “do”, mas “dum” Espírito Santo) (1 Coríntios 6: 19). Como se vê, nós somos, de fato, o Espírito Santo. Também Jesus, um espírito humano, é um Espírito Santo (Atos 20: 28). O Consolador, o Espírito de Verdade, o Paracleto prometido por Jesus são também o Espírito Santo. Nos meios cristãos, ele é tido também como sendo o próprio Deus. Mas os teólogos sempre ensinaram erroneamente que o Espírito Santo é só aquele da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. E, por isso, adaptaram os textos bíblicos a esse dogma.

Eu estou com os originais bíblicos e o espiritismo, que nos ensinam que “o Espírito Santo”, na verdade, é “um espírito santo”. E, também, com a Vulgata Latina de são Jerônimo, em que se lê “espírito bom” (“spiritus bônus”), e não o Espírito Santo. Os teólogos trocaram o adjetivo “bom” pelo “Santo”, e com a inicial maiúscula, para se entender que é o trinitário.

Para esclarecimento melhor desse assunto, examinemos outros exemplos bíblicos: “Irmãos, não deem crédito a qualquer espírito, antes, provai os espíritos se procedem de Deus, pois muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1 João 4: 1). Realmente, se fosse o Espírito Santo trinitário que se manifestasse, não haveria sentido nenhum para esse ensino do evangelista João.

E atentemos para o fato de que as profecias são feitas por espíritos através dos profetas (hoje chamados de médiuns). Veja-se também que Heldade e Medade recebiam espíritos e profetizavam (Números 11: 24 a 30). “Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Efésios 1: 17).
Teólogos e autoridades religiosas cristãs, o povo do século XXI já não é mais tão simples.

Reformem, pois, enquanto é tempo, as doutrinas cristãs, responsáveis pela crise de pouca fé da maioria dos cristãos e de muita expansão do materialismo!
Com Celina Sobral e este colunista, o “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior, por parabólica e internet, nas quintas-feiras, às 20h, e outros horários (grade da programação). Perguntas e sugestões: presenca@tvmundo maior.com.br.

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