JOSÉ REIS CHAVES

Assim como os rios vão para o mar, os religiosos vão para Deus

Amar uns aos outros é característica dos verdadeiros cristãos


Publicado em 06 de agosto de 2018 | 03:00
 
 
 
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O conceito de religião de hoje está bem variado. Alguns consideram o capitalismo como uma religião como também o comunismo, que tem a sua própria Bíblia (“o Capital”), e até seus teólogos! O inglês Yuval Noah Harari, doutor em história pela Universidade de Oxford, especialista em História Mundial e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, é um dos que assim pensam. (Mais detalhes em seu livro: “Uma Breve História da Humanidade Sapiens”, 12ª edição, L&PM Editores, Porto Alegre, RS). E aquela conhecida afirmação da Igreja de que ‘fora da Igreja, não há salvação’, hoje cai num total esvaziamento. Aliás, quem quiser ser um cristão verdadeiro deve tomar por base de seu cristianismo o lapidar ensino do excelso Mestre: “Conhecem-se meus discípulos por se amarem uns aos outros como eu vos amei.” (São João 13: 34 e 35). Essa é, pois, a característica do verdadeiro cristão, seja ele católico, protestante, evangélico, ortodoxo oriental, espírita ou de qualquer outra crença. E o que é amar uns aos outros senão praticar a benevolência, a justiça, o perdão incondicional, a humildade, o desapego e até a renúncia de si mesmo? Quem quiser ser meu discípulo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. (São Mateus 16: 24).

E, por oportuno, o dízimo, que é bíblico, não compra o céu. “Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho. E tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas.” (São Mateus 23: 23). O dízimo de hoje custeia as despesas comuns do templo (água, luz etc.) e dos líderes religiosos. Mas vejamos o que diz São Paulo: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.” (1 Timóteo 6: 8). Isso quer dizer que o dízimo com abuso é errado, o que ocorre muito na atualidade. E, no Velho Testamento, não só o sacerdote, mas também, os pobres da comunidade recebiam o dízimo dos que podiam doá-lo. Hoje, como vimos, pagas as despesas do templo, o dízimo fica totalmente nas mãos do líder religioso, com exceção do padre de uma ordem.

E, por oportuno lembremos que o espiritismo é a religião mais agredida porque ele não tem dízimo. Enquanto os líderes religiosos vivem da sua religião, os espíritas vivem para a sua religião, o que incomoda muito os outros líderes religiosos. 

No cristianismo, infelizmente, as doutrinas mais polêmicas são os dogmas, que constituem suas bases doutrinárias, as quais, além de aumentarem o número dos cristãos indiferentes, aumentam também o número de ateus. Até quando as autoridades religiosas vão ser humildes o bastante para reconhecer que os seus colegas teólogos do passado erraram e que, pois, é urgente que algumas de suas doutrinas sejam reformadas?

Porém, como Deus quer a salvação de todos (João 6: 39), é consolador sabermos que, apesar dos erros das religiões, todos os que as praticam estão demonstrando que buscam Deus. E Ele recebe, prazerosamente, todos seus filhos, quando eles decidem ir para Ele.

E numa analogia entre a lei da gravidade e o amor infinito de Deus, é como se seu amor infinito fosse a lei da gravidade. E, assim como ela atrai todos os rios para o mar, o amor infinito de Deus atrai para si todos os seus filhos, a partir do momento em que eles, através da sua religião, demonstrarem que querem ir para Ele! </CW>

 

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