Jesus não está anulando a sua identidade e nem a de Deus

Disse o Excelso Mestre: “Eu e o Pai somos um”, mas um não é o outro

Redação O Tempo


Publicado em 09 de fevereiro de 2015 | 04:00
 
 
 
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São Cirilo, santo Atanásio e santo Agostinho são os teólogos principais que criaram e concretizaram a deificação ou a divinização de Jesus. Eles basearam-se muito para isso em algumas frases bíblicas, entre elas esta: “Eu e o Pai somos um” (João 10: 30). Ao dizer essa frase, Jesus não está anulando a sua identidade nem a de Deus. Cada um é cada um.

A citada frase quer dizer que Jesus é um com o Pai em sintonia no modo de pensar e de ser dos dois. Isso porque Jesus se aperfeiçoou ou evoluiu muito fazendo sua pessoa entrar nessa sintonia divina. “Tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem” (Hebreus 5: 9). Isso que aconteceu com Jesus, um dia acontecerá conosco também.

Caminhamos de nossa humanidade para uma semelhança com a divindade, para sermos também um com Deus tal qual o nosso maior Mestre. “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17: 21). Se o fato de Jesus ser um com o Pai pudesse significar que o Messias seja também Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade passaria a ser 13 pessoas: Jesus e os 12 apóstolos! Os Elohim é que criaram em nome de Deus o nosso mundo, a Terra, e entre eles, Jesus.

“Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Colossenses 1: 16). “(...) O homem se tornou um de nós” (Gênesis 3: 22). O pronome “nós” aqui representa os espíritos desencarnados ou Elohim, chefiados por Cristo, a pedra. “(...) Porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (1 Coríntios 10: 4). A afirmação de que “nós” é plural majestático é forçada. Esses nossos argumentos são defendidos pelos renomados padres e grandes tradutores da Bíblia: Carlos Torres Pastorino e Hubeto Rohden.

Mais uma tentativa dos teólogos para a divinização de Jesus: “(...) E vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1: 14). Em grego, a palavra “monogenes”, na verdade, não significa unigênito (único gerado), mas “criado sozinho”, por um só princípio, e não por sizígia ou um par (C. W. Leadbeater, “O Credo Cristão”, pág. 74, Ed. Pensamento, 1993). Cristo foi criado sozinho, pois foi o primogênito, ou o primeiro a ser criado (Colossenses 1: 15). Leadbeater foi teósofo e padre da Igreja Católica liberal, aquela que não aceitou as decisões do Concílio Ecumênico Vaticano I (1870).

Não só Jesus, mas todos nós somos também filhos de Deus. Os teólogos dizem que só Jesus é Filho de Deus, porque nós fomos criados por Deus, enquanto que Ele foi gerado por Deus. Mas são Paulo nos ensina diferente: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8: 16). Aliás, a Bíblia até diz que nós somos também deuses ou Elohim. “Vós sois deuses” (Salmo 82: 6; e João 10: 34). Eis mais um argumento dos teólogos para divinizarem Jesus: “Nele reside plenamente a divindade” (Colossenses 2: 9).

Acontece que todos nós vamos desfrutar desse privilégio: “Da plenitude Dele todos nós temos recebido e graça sobre graça” (João 1: 16).

E termino com o próprio Jesus mostrando que Ele não é o Deus absoluto, mas o nosso maior Deus relativo: “(...) Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (João 20: 17)!

Recomendo “De Volta à Casa do Pai” (Filhos Pródigos 1 por diversos Espíritos), Editora Casa de Helil Instituição Filantrópica, Belo Horizonte, 2014. (31) 3383-1708; editoracasadehelil@helil.org

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