JOSÉ REIS CHAVES

Jesus é um homem divinizado, e não um deus humanizado

Redação O Tempo


Publicado em 31 de março de 2014 | 03:00
 
 
 
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Respeitemos o dogma de Niceia (325), que proclamou que Jesus é outro Deus, mas pela Bíblia, Ele é Filho de Deus.

O Enviado de Deus é um homem tão perfeito, que os teólogos, ainda na infância da teologia, viram Nele outro Deus! “Mas entre Deus e Jesus há um abismo” (Ário). Aliás, o próprio Jesus ensinou o monoteísmo, ou a crença num Deus único.

O dogma fala que as pessoas trinitárias é que são três, mas que Deus é um só. Porém é um ensino contraditório, pois afirma também que Jesus é Deus, e até diz que quem não aceita que Jesus é Deus, não é cristão. Mas é Jesus mesmo que diz que seus discípulos são aqueles que se amam uns aos outros, não sendo, pois, os que creem em algumas doutrinas criadas e impostas pelos teólogos pela força, e não expostas pela razão.

E eis alguns exemplos bíblicos de que Jesus não é Deus, mas como nós é filho de Deus, e, consequentemente, Ele é também nosso irmão: “Ao jovem rico, que O chamou bom Mestre, Ele diz: Por que me chamas bom? Bom só Deus o é” (Mateus 19: 17). Sem comentários.

Na Ressurreição ou aparição a Maria Madalena, Jesus lhe ordena: “Vai ter com meus irmãos e dize-lhes que eu subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus” (João 20: 17). Se Jesus é nosso irmão, Ele não pode ser Deus.

“Há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4: 6). Dispensa-se comentário.

“A vida eterna consiste, oh meu Pai, em te conhecer a ti, o único Deus verdadeiro, e em conhecer a Jesus Cristo, a quem tu enviaste” (João 17: 3). Sem comentários.

“O Pai é maior do que eu” (João 14: 28). Se Jesus fosse Deus mesmo, Ele seria igual ao Deus Pai, e não inferior a Ele.

Sobre quando será o fim dos tempos, não do mundo, Jesus disse: “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém o sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho; só o Pai o sabe” (Marcos 13: 32). Se Jesus fosse também Deus, Ele o saberia.

“Meu Pai, que me enviou, é quem, por seu mandamento, me prescreveu o que devo dizer e o que devo anunciar” (João 12: 49). Quem envia é superior ao enviado, que é, pois, subordinado ao “enviador”. Se Jesus fosse Deus verdadeiro, Ele viria por sua própria decisão. Ademais, o que Ele ensina não é Dele.

“Eu e o Pai somos um” (João 10: 30), ou seja, Jesus está em sintonia com a vontade do Pai. Mas é Ele próprio quem diz que nós também devemos ser um com Ele e o Pai: “A fim de que, Pai, assim como tu estás em mim e eu em ti, eles sejam do mesmo modo um em nós” (João 17: 21).

As nossas reencarnações são para nós divinizarmo-nos, tornando-nos, pois, cada vez mais semelhantes a Deus em perfeição. E Jesus e todos nós somos deuses (João 10: 34; e Salmo 82: 6), mas relativos. Deus absoluto é só o Pai.

Deus, por ser imutável, não evolui e menos ainda regride. E, se Ele se humanizasse, Ele regrediria e poderia até estar sujeito ao pecado! Jesus, pois, é um homem que se divinizou, aperfeiçoando-se (Hebreus 5: 9) e, portanto, é nosso modelo para a nossa busca evolutiva e a nossa consequente divinização, à proporção que nós nos vamos tornando realmente semelhantes a Deus pelo nosso aperfeiçoamento.


Na TV Mundo Maior, por parabólica e www.tvmundomaior.com.br, o “Presença Espírita na Bíblia”, com Celina Sobral e este colunista, às quintas-feiras, às 20h, com reprises (ver a grade de programação). Perguntas e sugestões: presenca@tvmundomaior.com.br

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