JOSÉ REIS CHAVES

Refletindo sobre o amor evangélico e a greve dos caminhoneiros

Ele nos ensina é a boa convivência com nossos semelhantes


Publicado em 24 de dezembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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O maior Mestre de nosso mundo nos ensinou uma verdade lapidar para a nossa felicidade espiritual e material: a convivência pacífica e de amor incondicional e irrestrito entre todos nós. “Um mandamento novo eu vos dou: Como eu vos amei, vós também amai-vos uns aos outros. Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros” (João 13: 34). E Ele nos recomenda amor até para com os nossos inimigos: “Amai os vossos inimigos” (são Mateus 15: 44). Os verdadeiros cristãos, pois, são os que praticam, de fato, esse ensino, e não aqueles que creem ou deixam de crer em certas doutrinas dos teólogos.

E sabemos que o amor a Deus está em primeiro lugar. Se amarmos qualquer pessoa ou coisa mais do que a Deus, cometemos a idolatria. Deus não pode, pois, ser substituído em nosso amor por nenhum outro ser.

O excelso Mestre, com sua inigualável sabedoria, resumiu os Dez Mandamentos em dois. “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (são Mateus 22: 37 a 40). E ensina são João Evangelista: “Se alguém disser que ama a Deus e odeia seu irmão, é um mentiroso” (1 João 4: 20).

“Portanto, quando fores apresentar tua oferenda no altar, se ali te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda ali, diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; depois, vem apresentar a tua oferenda. Põe-te logo de acordo com teu adversário, enquanto estás ainda a caminho com ele; não aconteça que esse teu adversário te entregue ao juiz, e o juiz, ao policial, e sejas lançado no cárcere. Em verdade, eu te digo que dele não sairás enquanto não tiveres pago até o último centavo” (são Mateus 5: 23 a 26). Realmente, a lei de causa e efeito é inexorável. Temos que pagar tudo o que tivermos feito de mal ao nosso semelhante e até a nós mesmos, ou seja, o pecado. E só há um meio de termos anulados ou diminuídos os nossos pecados: praticarmos boas ações, pois uma só já anula uma multidão deles (1 Pedro 4: 8). Espiritualmente falando, nós lucramos, pois, quando não fazemos o mal, e muito mais ainda, quando praticamos o bem, que é a vivência dos evangelhos trazidos pelo maior dos nossos mestres.

Realmente, o que os evangelhos nos ensinam é a boa convivência com os nossos semelhantes, sejam eles quais forem, nossos conhecidos e até os desconhecidos. É isso o amor evangélico, que deve ser dado a todos e que se torna também um bem recíproco para todos nós.

A greve dos caminhoneiros é um exemplo da necessidade da prática do Evangelho. Não foi necessário que alguns deles fossem parentes ou amigos nossos, para que fôssemos solidários a eles nas suas reivindicações. E isso foi um modo de amá-los de acordo com os postulados cristãos. Por sua vez, eles ficaram gratos a nós. Ora, ser agradecido a alguém é uma forma de estar amando, de algum modo, a pessoa que nos fez algum bem.

E, assim, tanto os caminhoneiros grevistas como a população brasileira solidária e grata a eles pelo bem que eles fazem a ela, praticaram reciprocamente o evangelho, mesmo que ninguém sequer tenha pensado nisso! 

 

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