No dia 1º de julho, celebramos, em Belo Horizonte, o Dia Municipal das Doulas – data instituída por meio da Lei 11.769, de 30 de outubro de 2024, de minha autoria, como uma forma de reconhecer a importância dessas profissionais no cuidado com a gestante, o parto e o nascimento. Mais do que uma homenagem, essa iniciativa busca fortalecer uma causa fundamental: a humanização da assistência ao parto e o direito das mulheres de serem acolhidas com dignidade em um dos momentos mais marcantes de suas vidas.
A atuação das doulas é, muitas vezes, invisibilizada, mas seu impacto é profundo. Elas oferecem apoio físico, emocional e informativo à gestante antes, durante e após o parto. Não substituem médicos ou enfermeiras obstétricas, mas contribuem de forma complementar e essencial.
A presença contínua da doula durante o trabalho de parto tem se mostrado um fator decisivo para o bem-estar materno. Em ambientes hospitalares, muitas vezes frios e impessoais, a doula se mantém ao lado da parturiente durante todo o processo, oferecendo um cuidado constante, empático e centrado na individualidade da mulher.
Estudos científicos robustos e instituições internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (Acog) e a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Figo), reconhecem e recomendam a presença da doula como uma das estratégias mais eficazes para melhorar os desfechos do parto. Segundo a OMS, o acompanhamento contínuo por uma doula reduz em até 25% a duração do trabalho de parto, diminui a necessidade de intervenções como cesáreas e fórceps e aumenta a satisfação da mulher com a experiência do parto.
Portanto, garantir que a mulher tenha ao seu lado uma doula de livre escolha, alguém com quem ela se sinta segura e acolhida, é mais do que uma recomendação: é o reconhecimento de um direito.
No entanto, ainda há muito a ser feito. Muitas mulheres ainda não têm acesso ao acompanhamento de uma doula. Por isso, são urgentes a criação e a ampliação de políticas públicas que garantam esse direito e valorizem o trabalho dessas profissionais. Precisamos transformar reconhecimento em ação concreta.
Nosso mandato tem atuado com firmeza na defesa das doulas, propondo medidas que incentivem sua presença nas maternidades públicas e privadas, que promovam sua formação contínua e ampliem o acesso da população a esse cuidado. Acreditamos que toda mulher deve ter o direito de escolher estar acompanhada por uma doula durante o parto, independentemente da sua condição social ou local de atendimento. E mais: entendemos que as doulas são aliadas valiosas da equipe de saúde, somando esforços em favor de uma assistência mais respeitosa e eficaz.
O parto humanizado não é um privilégio, é um direito. É por isso que o fortalecimento das doulas precisa estar na pauta dos gestores públicos, dos profissionais da saúde e da sociedade como um todo. Precisamos incluir doulas em espaços de decisão, fomentar programas públicos de apoio e garantir o reconhecimento profissional e institucional dessas mulheres, que, com dedicação, sensibilidade e conhecimento, transformam realidades.
Celebrar o Dia Municipal das Doulas, em 1º de julho, é reafirmar o nosso compromisso com uma cidade que cuida da saúde das mulheres desde o início da vida. Seguiremos firmes na defesa dessa causa, porque entendemos que apoiar as doulas é investir na saúde, na dignidade e na vida de milhares de famílias.
Parabéns a todas as doulas!