A ousadia parece não ter limites, pois se repetem os casos de proprietários de casas, lojas e galpões disponibilizados para venda ou locação que são surpreendidos ao encontrarem seu imóveis praticamente desmanchados por ladrões, que retiram portas, janelas, louças, metais (fechaduras, ralos, torneiras, registros) e a fiação para vender.

Nem os vizinhos percebem o crime, por não imaginarem tanta audácia, pois pensam que o proprietário vendeu o imóvel para uma construtora para edificar um prédio.

Diante desse risco, cabe aos inquilinos, no momento que desocuparem a casa ou galpão que locam, ter o cuidado de entregar as chaves na mão do locador ou na imobiliária ao fazer os acertos para finalizar a locação.

Tendo em vista que a Lei do Inquilinato determina que o inquilino deva cuidar do imóvel como se fosse o proprietário, cabe a ele responder por quaisquer danos que venham a ser causados por ladrão ou invasor. Por isso, consiste numa atitude impensada o inquilino desocupar o imóvel e abandonar as chaves, deixando de quitar os débitos ao encerrar a locação.

Caso o inquilino não tenha o recibo da imobiliária confirmando que entregou as chaves e que cumpriu suas obrigações, sendo o imóvel invadido, caberá a ele e a seus fiadores indenizar o locador pelos danos.

Por isso, é importante que o inquilino efetue os reparos e a pintura, bem como o pagamento pendente para finalizar a locação, passando o risco do imóvel vazio para o locador/proprietário.

Há alguns anos, estava vazia uma casa situada na rua General Andrade Neves, no Gutierrez, em frente ao Clube de Tiros. O proprietário, ao chegar ao local, se deparou com a casa sem portas, janelas, vidros, grades, armários, fiação, enfim, tudo foi furtado, inclusive louças e metais dos banheiros.

A casa estava apenas com as paredes. Os vizinhos, que viram a atuação dos bandidos sem saber do que se tratava, acreditavam que tinha sido o proprietário que havia mandado demolir o imóvel.

No ano passado, tivemos conhecimento de um galpão que teve tudo furtado, portões, fiação, metais. Outro fato foi em uma loja na rua Sergipe, em plena Savassi, que, 48 horas após o inquilino ter entregado as chaves na imobiliária, foi invadida por estranhos que tentaram retirar as portas, janelas, utensílios, além dos equipamentos de ar-condicionado, tendo eles sido surpreendidos pelo proprietário com a polícia.

Há ainda caso do ladrão de posse da chave da loja disponível para locação que quebra a parede, por dentro, no fim de semana, para acessar outra loja ao lado para furtar as mercadorias.

As pessoas não estão preparadas para reagir a uma situação como essa, pois não imaginam que uma casa vazia possa ser furtada, mas pode, de modo que o imóvel já não é tão imóvel assim.

Cabe ao proprietário deixar seus números de telefones com os vizinhos que, ao verem movimentos e barulhos estranhos em horários incomuns, poderão tomar providências para evitar o furto.