Nasceu no mesmo hospital que sua mãe, dentro de uma banheira de água morna, ao som de uma música suave.
A dor de sua mãe era intensa, mas a vontade de tê-la nos braços era maior. Queria um parto natural e humanizado. E assim foi, Liana mergulhou para a vida!
Naturalmente, chegou. Aquele pingo de gente, com o dom de nos contagiar com uma alegria gigante. Nunca pensei que ser avó fosse me deixar tão vulnerável, tão e loucamente apaixonada por aquele ser que mal chegou ao mundo, em meio a uma pandemia, inseguranças e medo. Bastou sua vinda para tudo isso se desfazer.
Olho-a com ternura de mãe que carrega a filha da filha pela primeira vez. E rogo ao seu anjo da guarda, pedindo-lhe saúde e proteção.
Com vinte e poucos dias, Liana tem uma vida pela frente. Vida que virá com responsabilidades, deveres, momentos bons e ruins, vivências e aprendizagens...
Além de comprar roupas e brinquedinhos, inicio uma pequena biblioteca; quero ler para ela muitas histórias, recitar poemas, assim como minha mãe os recitava para mim.
Gostaria que ela aprendesse a dar valor às pequenas coisas, que entendesse que o fato de ter nascido em “berço de ouro” não lhe dá permissão de se sentir acima dos outros. Assim feito sua mãe – de excessos, só mesmo amor e carinho.
Gostaria que fosse uma criança com menos eletrônicos e mais brincadeiras.
Que viva sua juventude intensamente, sempre rodeada de amigos, próxima dos primos e da família. Que seu mundo tenha mais abraços e menos máscaras.
Que seja uma mulher equilibrada, com seus altos e baixos, os pés no chão e, de vez em quando, a cabeça na lua. Que seja firme nas atitudes e mole no coração. Que tenha sabedoria e sensibilidade para discernir o certo do errado, enfrentar a vida com justiça e misericórdia. Que seja forte, doce, solidária, sem medo do trabalho, das adversidades e dos desafios que encontrará pela frente.
Liana, minha neta querida, o que eu mais desejo no mundo é que você seja feliz!