LEANDRO CABIDO

A defesa de Mano Menezes

Redação O Tempo


Publicado em 04 de julho de 2017 | 03:00
 
 
 
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Ataques ganham jogos, mas defesas ganham títulos. Isso é um dos fundamentos básicos quando se aprende sobre estrutura tática, principalmente nos esportes norte-americanos. Não que o técnico do Cruzeiro, Mano Menezes, tenha-se baseado nessa premissa para desenvolver seu jogo, mas, certamente, compreende bem seu jeito de ver o futebol.

Mas como tentar entender um time de futebol que preza a defesa ser tão vazado como esse Cruzeiro? Até a sétima rodada do Campeonato Brasileiro, o treinador tinha o setor como referência. De repente, nos últimos cinco jogos – entre Série A e Copa do Brasil –, já foram dez gols sofridos.

A zaga formada por Léo e pelo equatoriano Kunty Caicedo rebaixou o Cruzeiro para, no máximo, postulante a uma vaga na Copa Libertadores. Isso, claro, porque a competição nacional hoje coloca seis clubes no torneio sul-americano. Imaginem só se fossem apenas quatro. As chances seriam mínimas.

Aos que insistem em dizer que a dupla defensiva da Raposa é formada por Manoel e Dedé – óbvio, em condições físicas adequadas, seria esta –, Léo e Caicedo jogaram basicamente em todos os fiascos celestes na temporada: o clássico do último fim de semana contra o Atlético, a decisão do Campeonato Mineiro no Horto, a eliminação precoce na Copa Sul-Americana contra o Nacional-PAR e também os empates com Grêmio e Palmeiras, em que três gols foram sofridos em cada jogo.

A defesa de Mano simplesmente não é uma defesa. Pior: ele insiste em manter dois jogadores que não conseguem elevar o nível da equipe para outro patamar. O técnico Roger Machado, do Atlético, já apresentou todas as equações possíveis de como é tranquilo vencer o rival. E mais: mostrou-se corajoso ao colocar um zagueiro inexperiente como Bremer no lugar do ídolo Leonardo Silva, que, mesmo tendo falhado no gol celeste, teve a competência de se redimir ao longo do clássico. Por que o mesmo não acontece do outro lado (distante) da lagoa da Pampulha? Não que o jovem Murilo fosse a solução, mas por que não tentar algo novo ou, no caso, que esteja 100% com a cabeça no futebol?

A Caicedo, eu deixo aqui uma menção a seu profissionalismo. Problemas particulares da natureza que ele está vivendo são muito difíceis. Por isso, a conta vai para o treinador, que precisa entender o momento que o jogador está passando, além de saber como isso repercute em seu próprio time.

Mas, como estamos falando de defesa, aqui vai uma para Mano. Quando Paulo Bento sacou Léo da equipe, cruzeirenses e especialistas fizeram duras críticas ao português. “Afinal, como poderia um jogador da qualidade do Léo não ser titular?”, era a pergunta de muitos. Hoje, vemos que, por mais que o treinador tente – quando ele tenta –, ele sempre será alvo.

O pecado capital de Mano é insistir em um sistema de jogo a que seus jogadores não se adaptam. Já que não há bons defensores, por que não privilegiar seu ataque, que é composto por grandes nomes? Se não dá para vencer campeonatos, ao menos que tente ganhar jogos.

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