LEANDRO CABIDO

A expectativa e a nova realidade do Atlético

Redação O Tempo


Publicado em 09 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Diferentemente de temporadas passadas, o Atlético optou por trabalhar em 2018 com muito mais cautela. Aquelas contratações de peso que nos acostumamos a ver agora são coisa do passado. A questão é: será que, mesmo em um período de austeridade, o Galo conseguirá entrar forte nas competições que tem pela frente?

O novo presidente alvinegro, Sérgio Sette Câmara, já havia dito que o clube deveria enxugar a máquina para tentar conter alguns problemas financeiros, muito baseado na conduta exercida pelos ex-mandatários Alexandre Kalil e Daniel Nepomuceno. As diferenças nas gestões, apesar de a atual estar há pouco tempo no comando, são claras. E, por isso, a dúvida. Não tem como negar que o período mais vitorioso do alvinegro foi na era Kalil, com gastos bem elevados. Nepomuceno apenas tentou manter o ritmo, mas sem o mesmo sucesso.

Acredito que, durante esses momentos, os atleticanos acharam que haviam encontrado uma fórmula, mesmo que cara, para deixar o clube ainda mais vencedor. No entanto, ao que parece, a conta chegou. Por isso, é importante esse novo modelo, que mesmo com contratações menos expressivas, consiga dar uma resposta a seu torcedor. Vale lembrar que os anos de 2016 e 2017 foram de decepções e com atletas bem caros.

Com tudo isso, posso concluir que houve um equívoco na montagem dos elencos, que apesar de contarem com jogadores bem poderosos, tinham sérios problemas de equilíbrio. Fomentar essa discussão neste momento é fundamental, porque agora, com menos dinheiro em caixa, reforçar os setores do time me parece mais complicado. E talvez a melhor maneira de se fazer isso seja como Câmara tem feito: com muita criatividade e investidores para reforçar o plantel.

Até o momento, o time contratou bons atacantes, como Erik e Róger Guedes, ambos ex-Palmeiras – além de Ricardo Oliveira, em quem se deposita muita esperança. É bom lembrar que, pela idade – 37 anos –, o ex-avante do Santos não deverá estar 100%, por isso a importância de se ter mais jogadores para a posição. Sem Robinho e Fred, essa relevância se torna crucial.

O clube também trouxe o volante Arouca, que mal jogou pelo Verdão, mas que pode ainda dar muito de seu futebol em Belo Horizonte. Junto com Elias, a certeza que a cabeça de área de Oswaldo de Oliveira dará mais tranquilidade ao caótico sistema defensivo do Atlético. Falou-se pouco em defensores para os desafios de 2018, mas o alvinegro não deixou de contratar: Iago Maidana, do São Paulo, que no Paraná fez ótima Série B. A questão é saber se o jovem de 21 anos – que tem sim qualidades – resolverá o problema que persiste desde 2015. Precisaria de pelo menos mais um. E um de peso.

Para ter uma temporada saudável, o clube precisa ter tranquilidade e não se abalar caso algum desvio no planejamento acontecer. É preciso deixar claro que o Atlético não vai entrar em nenhuma competição grande com obrigações. Fazer o trabalho bem feito é o primeiro passo para objetivos maiores aparecerem. Este é o grande desafio em um momento inicial. Então, mãos à obra!

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