É inegável a força da camisa do Cruzeiro para se tornar mais uma vez campeão. Mas como uma equipe, de instável em todos os setores, com sérios problemas em algumas competições, passou a ser referência para outros clubes e justificar o título de “Rei de Copas”?
Na temporada, a Raposa oscilou muito. Começou o ano com triunfos para cima do Atlético, mas não conseguiu se sustentar a ponto de conquistar o título mineiro nem o da Primeira Liga. No Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro sofreu para vencer jogos que seriam teoricamente menos complicados. Nem preciso dizer aqui sobre os tropeços contra Vitória e Chapecoense, ambos no Mineirão, por exemplo.
Pela Copa do Brasil, a equipe foi avançando pelas fases preliminares e fez, contra o São Paulo, a melhor exibição da temporada: 2 a 0 no Morumbi. Foi nesse compromisso que os celestes começaram a dar indícios de como seria o resto do ano: com jogadores sempre atrás da linha da bola, buscando o contra-ataque.
Mano Menezes, técnico pragmático que é, fez questão de impor seu estilo de jogo – completamente diferente da tradição do clube. Os mais saudosistas gostam de deixar claro que o Cruzeiro é time de toque de bola e futebol vistoso, ofensivo. Quando o treinador mais balançou no cargo – após alguns tropeços pela Série A e na queda da Copa Sul-Americana –, a Raposa finalmente entendeu que a proposta era essa: marcação, defesa, pressão baixa e muita velocidade na saída de bola, tentando surpreender o adversário despreparado.
Apesar de desagradar a muitos torcedores que não gostam de ver a sua equipe sem a posse de bola e sofrendo pressão quase o tempo todo, o resultado veio, e com muitos méritos. Na Copa do Brasil, a partir das oitavas de final, foram duas vitórias, cinco empates e uma derrota. Pouco, porém, suficiente. O time jogou basicamente com o regulamento debaixo do braço e contou com a experiência de uma equipe que tinha o fantástico Fábio e o inteligente Thiago Neves. No caso do primeiro, ironicamente, não foi eleito o melhor da competição. Aliás, o goleiro azul não recebeu sequer o prêmio de melhor goleiro, concedido ao arqueiro paraguaio Gatito Fernandez, do Botafogo. Coisas da CBF.
Já o meio-campista, autor das cobranças dos pênaltis fatais contra Grêmio e o do título, contra o Flamengo, seguramente é o melhor jogador de Minas Gerais da atualidade. Mesmo com o peso de ter que sempre voltar e ajudar na marcação, o camisa 30 conseguiu se destacar em muitos momentos e cresceu de produção justamente na hora em que a Raposa cravava o pentacampeonato.
Outro ponto que diferencia o time de outros é a postura. Durante as comemorações do título, alguns atletas já falavam do Corinthians, que seria o próximo adversário do Brasileiro. E, após o empate, o meia Rafinha, que jogou muito bem contra os paulistas, falando aos microfones da rádio Super Notícia FM, deixou claro que não gostou do empate em casa com o líder do Brasileirão, mesmo após os trabalhos de pré-jogo serem comprometidos pelos festejos do título.
Talvez seja esse o grande mérito da Raposa ao longo dos seus anos: já pensar no título seguinte após uma conquista.
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