O Cruzeiro vai tentando se reequilibrar após uma janela de transferências – que ainda está aberta, diga-se – complicada e polêmica. Perder Arrascaeta, a princípio, foi um baque para a torcida e também para os seus colegas de grupo. O técnico Mano Menezes se viu sem um jogador que atuasse pelo lado esquerdo do ataque e teria que experimentar algumas situações para tentar se adaptar.
Porém, a Raposa foi ao mercado. Trazer o ponta Marquinhos Gabriel pode não ser o sonho dos cruzeirenses, mas, certamente, pode ser útil para jogar pelo lado direito, criando uma sombra ao Robinho, que preferencialmente gosta de jogar mais por dentro. Será um jogador para compor o grupo, tentando se aproveitar da proposta de Mano, que sempre foi o contra-ataque.
Já com o meia Rodriguinho, o time azul terá mais possibilidades táticas para se compor. O ex-meia do Corinthians tem características diferentes do uruguaio, porém chega para vestir a camisa de titular e ser uma das referências técnicas da equipe.
A contratação do jogador, que teve ótima passagem pelo América, conseguirá desafogar Thiago Neves, que sempre teve a responsabilidade de colocar o Cruzeiro nos eixos, principalmente nas grandes decisões. A dúvida fica por conta do posicionamento. A princípio, deveremos ter o camisa 30 jogando mais pelo lado esquerdo, com o novo reforço atuando pelo centro. Porém, acredito num rodízio de posições. Pode ser até que Robinho atue pelo meio em alguns momentos dos desafios celestes.
Outra situação que faz com que os azuis fiquem bem mais tranquilos é a assinatura de contrato com o novo patrocinador máster, que deverá acontecer amanhã, segundo o presidente Wagner Pires de Sá. O acordo promete ser o maior da história do clube. O parceiro já investirá parte dos seus esforços em Rodriguinho, mostrando realmente que tem total interesse em deixar a equipe f orte para a temporada 2019. Junto com o montante da venda de Arrascaeta, poderá ajudar bem a situação de dívidas por que passa a instituição – ou pelo menos é o que se espera para que não haja perda de controle.
Um fator que colaborou para deixar a Raposa mais saudável financeiramente foi a saída de diversos atletas com custo-benefício bem baixo. Rafael Sóbis e Manoel, que entraram para a história do clube com as suas devidas colaborações nas conquistas recentes, são os melhores exemplos disso. Deixar de pagar seus salários – no caso do zagueiro, parte dele – já alivia a folha salarial do clube.
O que se espera do Cruzeiro é o de sempre: briga por conquistas. Ainda tem uma equipe forte, capaz de ser sólida em todas as competições em que estiver. O sonho da Libertadores é óbvio, mas, para levar o tricampeonato em Santiago, no fim do ano, Mano Menezes e os jogadores deverão atingir um nível ainda mais alto do que vimos nos últimos anos.
Para derrotar equipes tão fortes, como Palmeiras, Grêmio, Flamengo e São Paulo, além de Boca Juniors e River Plate, é preciso ser ousado. Então, veremos o tamanho da ousadia do atual bicampeão da Copa do Brasil.