Após dois jogos e quase três semanas inteiras de trabalho, já podemos enumerar algumas características do técnico Rogério Ceni e, claro, seus desafios comandando o Cruzeiro. O saldo até o momento foi a boa vitória contra o Santos, no Mineirão, e também o empate lamentado contra o CSA, em Alagoas.
O estilo de jogo de Ceni é o ofensivo, inclusive utilizando-se em alguns momentos com três armadores – um central e dois nas pontas – e com dois atacantes. O 4-1-3-2 foi usado contra o Peixe, ainda no primeiro tempo, após Gustavo Henrique ser expulso, e seria usado também contra o CSA no Rei Pelé, porém, Pedro Rocha sentiu um desconforto e foi sacado ainda antes do jogo.
Assim, tivemos outras situações ao longo dos dois compromissos: contra o Santos, inicialmente, foi com um 4-2-2-2 – com o Dodô sendo utilizado na saída de jogo, à frente da defesa, com Henrique, além de Thiago Neves jogar mais adiantado ao lado de Pedro Rocha; e o 4-2-3-1 em Maceió, só que com Robinho fazendo a organização a partir da defesa, TN10 na armação central e Fred no comando de ataque.
O ex-treinador do Fortaleza varia bastante a sua formação ao longo dos jogos, mas, além disso, gosta também fazer uma marcação alta, praticamente na grande área do adversário. Isso é muito bom, porém, há um efeito colateral que foi predominante no empate na última rodada: a preparação física precisa estar em dia. E o elenco da Raposa, com uma média de idade nas alturas, fica difícil se manter no tempo todo desta forma. Aliás, seria difícil mesmo com uma equipe mais jovem.
Por isso, é fundamental que Ceni consiga colocar em campo uma pressão mais mista, que não exija tanto fisicamente dos seus atletas. Jogar com inteligência é fundamental para que haja sucesso nos seus objetivos.
Outra característica marcante do trabalho de Rogério é a posse de bola, mas está ligada diretamente à altura da marcação. Quanto maior, mais controle tem seus comandados.
Veremos contra o Vasco qual será a postura do Cruzeiro no próximo domingo, em Belo Horizonte. Provavelmente, um time arisco, que precisa se consolidar de fato e assumir um papel mais protagonista no Campeonato Brasileiro. Há de se correr os riscos neste momento. A reação não pode esperar.
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