LEONARDO GIRUNDI

Aposentados representam 54% da população idosa ocupada

Redação O Tempo


Publicado em 12 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Nos últimos meses temos discutido a reforma da Previdência. O governo federal tentou a todo custo aprovar a reforma, e tudo indica que deste ano não passará. Apesar de o assunto levar muitos à ira, principalmente quando revelamos os grandes devedores da Previdência e as empresas que recebem os maiores benefícios, nos sentimos injustiçados. É óbvio que mexer somente naqueles que recebem altos valores de aposentadoria não traria benefício real, pois representam uma parte ínfima dos gastos mensais. Mas, como já defendi aqui, é moral e educativo cortar na própria carne.

Dar um bom exemplo ajuda. Acho um grande absurdo também fazermos a reforma da Previdência e não atacarmos os grandes salários, aqueles que são acima do valor permitido por lei. A lei tem que valer para aqueles que fazem a lei e para aqueles que julgam conforme a lei. Está na hora de um basta nesta farra.

E, para piorar o cenário, o valor do débito da Previdência continua batendo recorde, e, somado a esse fato, o benefício recebido pelos aposentados é uma vergonha. Os números demonstram que o valor é insuficiente para a manutenção dos idosos, tanto que nunca, na história deste país, tantos aposentados, são obrigados a continuar a trabalhar para se manterem. “Estudo mostra que maioria dos idosos ocupados trabalha na agricultura. Em 2015, o Brasil possuía 7,7 milhões de pessoas idosas – com 60 anos ou mais – que exerciam alguma ocupação. Desse total, 54%, o que representa 4,2 milhões, eram aposentados.

Os números fazem parte do estudo “Pessoa Idosa e Previdência Social: Demografia, mercado de trabalho e proteção social” elaborado pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda. Os dados foram apresentados durante reunião do Conselho Nacional de Previdência (CNP), no último mês, em Brasília. A maioria dos idosos ocupados trabalha na agricultura. Os homens recebem mais do que as mulheres, e, quanto maior a idade, menor o valor dos rendimentos.

O estudo mostra ainda que o Brasil passa por um processo de envelhecimento populacional muito rápido e intenso. Enquanto a Europa demorou 50 anos para passar de um patamar de 11% para 20% da população com 60 anos ou mais, o Brasil está nesse processo e demoraria cerca de 20 anos para atingir o mesmo patamar.

Além da queda da taxa de fecundidade total no Brasil, o aumento da expectativa de vida ao nascer é outro fator que justifica o envelhecimento populacional. Em 1940, a expectativa de vida no Brasil era de 45,5 anos. Esse número pulou para 75,5 anos em 2015.

O coordenador geral de Estudos Previdenciários da Secretaria de Previdência, Emanuel Dantas, explica que “o bônus demográfico tem seu fim projetado para 2024, ou seja, o número de ativos será menor do que o número de inativos”. Em 2060, uma em cada três pessoas será idosa. A proteção previdenciária entre as pessoas com 60 anos ou mais é de 81,7%. Esse percentual representa idosos que recebam algum benefício ou que contribuam para o INSS. Fonte: previdencia.gov.br

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