Lucas Gonzalez

Dois meses de guerra na Ucrânia: irracional!

As nações e o TPI devem se unir contra esse crime

Por Lucas Gonzalez
Publicado em 02 de maio de 2022 | 03:00
 
 
 
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Seguimos acompanhando, dia após dia e em pleno século XXI, a humanidade exposta aos exageros, sem precedentes no mundo contemporâneo, de um autocrata sem limites, sem bom senso e sem quaisquer dignidades diplomáticas. Isso nos faz pensar sobre o quão desprotegido o planeta está, quando a união dos demais países não fala na altura necessária nem impacta na medida devida.

O conjunto apresentado pelo Ocidente, como sanções econômicas, ações restritivas e exclusões simbólicas de jogos esportivos, podem soar como “isolamento”, mas, quando falamos de guerra, gestos como a tomada da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sudoeste da Ucrânia – a maior da Europa, diga-se de passagem –, é algo muito mais alarmante e prático, uma vez que o seu poder de radiação chega a ser dez vezes maior que o de Chernobyl, também controlada pela Rússia nos primeiros dias da investida em solo ucraniano.

É visível que os EUA e a União Europeia buscam sufocar a economia dos russos, e estes seguem firmes um plano que não aparenta possuir lacunas de competência; ao contrário, o que vemos é um bombardeio que não diferencia bases militares de hospitais, creches, parques infantis e escolas, o que por si só já fere todos os direitos internacionais.

Desde o dia 24 de fevereiro, data da invasão russa, até hoje, cada vez mais as tropas invasoras têm atacado localidades civis com bombardeios aéreos e artilharia, por todas as direções. A ONG Anistia Internacional registra “ataques indiscriminados”. Aqui, nesta coluna, coloca-se a questão de se estariam sendo cometidos crimes de guerra, além de práticas “inomináveis”, que ferem a honra e a dignidade de civis, incluindo mulheres indefesas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu como crimes de guerra os lançamentos de mísseis russos contra áreas civis. Um dos mais marcantes foi quando a praça da Liberdade, da cidade de Kharkiv, sofreu bombardeiros aéreos.

Já passou da hora de o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, agir. Sua atuação é fundamental, pois as provas podem se deteriorar ou desaparecer. É muito difícil os promotores investigarem com êxito possíveis crimes de guerra após o fato, quando uma das partes do conflito possa ter adulterado provas ou as testemunhas não estejam mais disponíveis.

As reuniões de comitivas representativas das duas nações envolvidas na invasão russa, e ligações de chefes de Estado pertencentes à Otan e à União Europeia, não estão cumprindo o principal objetivo em jogo: as bombas, os foguetes, os tanques e os mísseis russos continuam a avançar.

Em conflitos desse patamar, conhecemos os heróis e os covardes. É tempo de surgirem os heróis, antes que o avanço e o estrago russo sejam irreversíveis. Os ucranianos são nossos irmãos e merecem o devido suporte bélico, para que não sofram sem condições de contrapor a investida dura e sangrenta que recebem, incessantemente, no presente momento. Quem buscar o enfrentamento militar, isoladamente e em pleno século XXI, deve ser freado pela grandeza da união das outras nações – e imediatamente, diga-se de passagem.

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