LUIZ CABRAL INÁCIO

Enfim, menos um!

Redação O Tempo


Publicado em 09 de abril de 2015 | 04:00
 
 
 
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Outro dia, teclando num grupo de WhatsApp, dei pulos de alegria quando algum amigo noticiou, em primeira mão, que este “Big Brother Brasil 15” seria o último de sua história. Ele não sabia a fonte, mas disse que tinha visto o assunto num post do Facebook. Mais do que depressa, pedi para o meu amigo e colega do Super Notícia, o redator de Variedades Felipe Pedrosa, para apurar na Globo se a notícia era verdadeira. A estagiária dele, Laura Maria, entrou em contato com a emissora, e a assessoria global não confirmou a informação. Triste ilusão! É claro, o “BBB” é responsável por um faturamento monstro no primeiro semestre da Globo, com o patrocínio certo de enormes e renomadas empresas, e eles não querem perder essa boquinha tão fácil assim. O fato é que essa fórmula de confinamento em reality show, presente nas nossas vidas há 14 anos, já se esgotou. E só a Globo não vê isso. Não, na verdade, só os anunciantes do programa não veem isso, já que até a audiência do “BBB” já caiu drasticamente.

Inclusive, vamos a uma objetiva enquete: “Quantas pessoas que você conhece viram este último ‘BBB’?”. Sinceramente, eu não sei responder a essa pergunta. Se você puder me dar uma resposta que ultrapasse dez pessoas, eu gostaria até de conhecê-las melhor ou apenas bater um papo para saber se elas também já não estão de saco cheio. E olha que eu não sou só de reclamar, não, viu?! Antigamente, todo mundo via e gostava, e eu estava nesse meio. Quem não se lembra com riqueza de detalhes da choradeira de Bambam, do triângulo amoroso de Alemão, Fani e Íris, da briga histórica de Marcela e Solange, da bateção de panela de Tina, das risadas gostosas de Sabrina ao lado de Dhomini, das burradas de Maria, da caipirice ingênua de Grazi...

Daí, eu te pergunto: o que vai ficar para a história desta edição? Quando o “BBB 15” começou, o que se falava era que os participantes seriam mais humanizados, mais parecidos com “pessoas normais”, sem muita bomba e bunda. Mas o que se viu foi uma edição anormal. Brothers completamente desinteressantes, nada carismáticos, não existia um favorito até quando um certo caubói exagerado começou a voltar insistentemente dos paredões. O paranaense Cézar, o vencedor desta edição, não tem atributos para tal. Outro dia, na redação, ouvi uma jornalista opinar: “Ahh, mas ele meio que representa o povo brasileiro, né?”. Poxa, se esse capiau, que pensa que fala ou que fala que pensa, é o retrato do nosso povo, me fala onde posso me cadastrar no processo de extradição... Dali, não volto mais!

Mas também, cá entre nós, se ele não ganhasse, quem mais levaria a bolada de R$ 1,5 milhão? A traída chorosa e mal-amada? O tatuado carioca pegador que se tornou o vilão? O mineiro stalkeador romancista psicopata? Aquela mais velha, chata, que não parava de falar? Ou... Espera aí, já não me lembro mais dos outros participantes...

Bem, se você não viu nada deste “BBB”, sinta-se um privilegiado. Se você viu, meus pêsames, poderia ter seu tempo mais bem ocupado. Uma pena é dizer que no ano que vem tem mais. Só resta viver feliz até lá, sem se sentir um mero telespectador abestado. Olhamos pra trás e dizemos: menos um, apenas quero um passatempo mais elevado.

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