Era uma quarta-feira, dia 9 de novembro de 1938, quando a barbárie tomou conta da Alemanha. Os primeiros alvos foram as sinagogas, depois as lojas de judeus e, por fim, uas residências. Mais de mil sinagogas foram incendiadas e mais de sete mil negócios oram destruídos ou danificados. O grau de violência inédito foi assustador e o termo Noite dos Cristais” marcou a data diante da quantidade de cacos de vidros que se spalharam pelas ruas das cidades alemãs onde os ataques aconteceram.
Brasília viveu seu “domingo dos cristais”, com atos selvagens, injustificáveis e também ergonhosos. A marcha de bolsonaristas em transe coletivo defendendo um ovimento de intervenção por parte dos militares com o objetivo de depor um governo, eleito de forma legítima e democrática em eleições livres, era o prenúncio da barbárie que estava por vir. Assim como na Alemanha nazista, diante de forças policiais inertes, coniventes e omissas, a selvageria se instalou.
Ainda levará tempo para termos a dimensão dos horrores promovidos pela massa de olsonaristas golpistas em Brasília. Porém, a invasão dos prédios públicos, símbolos aiores da República, pilares institucionais do plural regime constitucional brasileiro e aiores garantidores da liberdade e do cumprimento do Estado de Direito passará para História como o maior ultraje contra nossa democracia e imagem internacional, algo que poderá ser superado, porém, jamais esquecido.
Assim como na Alemanha, a quebradeira em Brasília teve organização e financiamento rivados, além de cooperação do poder público, no caso, das forças de segurança do istrito Federal, que assistiram inertes a instalação do caos. Foram mais de 100 ônibus hegando em Brasília para se prepararem em acampamentos com estrutura organizada com logística e suprimentos para invadir os poderes da República até uma ntervenção militar que jamais chegou. Uma clara tentativa de golpe de Estado que deve ser apurada e punida de forma severa, chegando aos seus financiadores e organizadores.
A marcha golpista de terror em Brasília mostra que o bolsonarismo não dialoga com a emocracia. O corte radical e populista de uma direita que passa longe de qualquer ertente liberal e até mesmo conservadora nada tem de democrática. O jogo político eve ocorrer dentre os ditames constitucionais e do Estado de Direito e esta direita olpista passa longe de Hayek, Kirk, Mises e Burke, acadêmicos expoentes de um corte e direita democrático que rejeita qualquer visão contrária ao Estado de Direito.
Pobres são os liberais e conservadores que se deixaram seduzir pelo populismo barato o bolsonarismo. Além de não honrar, rejeitam suas origens. Brasil viveu a sua noite de cristais em pleno dia, com a quebradeira de suas obras, acervo e prédios públicos, assim como Goebbels fez com sinagogas, residências e egócios dos judeus na Alemanha sob a conivência das forças de segurança.
Diferentemente do que ocorreu em 1938, aqui a democracia sobreviveu e os golpistas umaram para a cadeia. O prejuízo para nosso acerco histórico, dilapidado e iolentado, é incalculável, porém, se é possível aprender uma lição diante disso tudo, que seja o fato de que jamais devemos nos curvar diante de golpistas, radicais e populistas de qualquer ordem. Os ingênuos têm uma oportunidade de repensar, portunistas de se reposicionar e aos terroristas, tanto financiadores e organizadores, omo inspiradores e agentes, chegou a hora de pagar com a sua liberdade por tentar ubjugar a democracia e a liberdade de toda uma nação.