MÁRCIO COIMBRA

Liberdade de impostos

Um governo menor significa mais poder ao cidadão, afinal a sociedade deve mandar no governo, jamais o oposto


Publicado em 25 de maio de 2022 | 03:00
 
 
 
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Hoje é o Dia do Contribuinte, que na verdade deveria se chamar “Dia do Pagador de Impostos”. Por certo deveríamos nos perguntar se temos algo a comemorar, afinal trabalhamos neste ano até o dia de hoje somente para pagar impostos. Com a força bruta e uma fome insaciável do Estado, nosso país afasta investidores, afugenta talentos e torna o país refém de um exército de burocratas capazes de qualquer coisa para preservar seus privilégios. Se o Brasil deseja realmente vencer como nação, não há alternativa senão rever todo esse sistema perverso que nos torna escravo dos governos.

Diante de um Estado corrupto e ineficiente, o cidadão se tornou um mero instrumento de satisfação das vontades de uma elite política viciada que pensa somente em si mesma e na sua autopreservação. Os resultados são cruéis para a população, desde aqueles que decidem empreender e terminam por ser saqueados por impostos dos mais variados, multas e contribuições até aqueles que sofrem com os altos tributos que ceifam seu contracheque. Afinal, de que adianta pagar impostos se nosso dinheiro acaba sendo desviado pelos políticos e burocratas?

Esse sistema perverso somente pode ser parado se a população souber colocar freios na fúria do Estado diante do cidadão, deixando de aceitar as esmolas dos políticos em troca de seus votos. Precisamos de políticos comprometidos em colocar limites nos governos, jamais expandi-los, e de uma população capaz de entender que sabe fazer uso do seu dinheiro melhor do que qualquer burocrata sentado em uma repartição pública.

Se conseguirmos colocar freio no Estado, tornando-o menor, portanto menos atrativo aos políticos corruptos, ao mesmo tempo que tenhamos leis severas contra a corrupção, com a certeza da punição e cumprimento integral das penas, daremos uma guinada em direção a um país mais arejado, produtivo, com mais emprego e renda e menos violência. Um governo menor significa mais poder ao cidadão, afinal a sociedade deve mandar no governo, jamais o oposto.

Um governo bom é um governo efetivo, leve e pequeno, que tribute pouco e deixe as iniciativas de desenvolvimento nas mãos do povo. Nossa sociedade deve ser dona do seu próprio destino e jamais deve entregá-lo nas mãos de um político ou burocrata. Isso significa ser liberal. Ser liberal é acreditar mais no povo do que nos políticos, acreditar mais na sociedade do que na burocracia.

Pagamos impostos demais porque temos um Estado grande, sustentamos cargos, benesses e mordomias que jamais deveriam existir. Devemos cortar esses gastos não simplesmente porque são imorais, mas porque esse dinheiro é mais bem usado quando permanece no bolso do cidadão.

Devemos nos libertar desse estado de escravidão. O poder nasce no povo e ali deve permanecer. Nosso trabalho não pode servir para sustentar uma burocracia ineficiente e corrupta. Tiradentes nos ensinou isso. Minas Gerais é berço de nosso movimento liberal. Terra de trabalhadores, empreendedores, pagadores de impostos que sabem que devemos ser representados por aqueles que coloquem limite no poder e nos gastos públicos. Neste dia, depois de trabalhar cinco meses para pagar tributos, podemos comemorar: liberdade (de impostos) ainda que tardia.

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