MARCOS GUIOTTI

A selvageria não é de hoje

Redação O Tempo


Publicado em 28 de outubro de 2016 | 03:00
 
 
 
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Atos de vandalismo, selvageria e barbárie acontecem em todos os estádios do mundo. Há relatos históricos desde que o ser humano começou a se juntar para acompanhar os jogos de futebol. Grades, alambrados, muretas, estruturas de vidro e de ferro. Tudo já foi tentado para evitar que homens se transformassem em animais. Em vão.

No domingo, torcedores do Corinthians fizeram do Maracanã uma arena de guerra. Esta semana, em Manchester, na Inglaterra, os dois maiores times da cidade, City e United se enfrentaram, e os torcedores do City destruíram o banheiro dos donos da casa. Quebraram tudo, sem dó nem piedade. No mesmo dia, em Belo Horizonte, um torcedor morreu sabe-se lá como.

A polícia investiga o caso que teve origem no confronto com um segurança do estádio. Segundo levantamento da Fifa, a Federação Internacional de Futebol, cerca de duas mil pessoas morreram nos últimos 50 anos vítimas de violência dentro dos estádios. Como explicar para uma mãe ou pai que o filho morreu em um local que deveria ser de alegria e descontração? Em alguns momentos, a selvageria do homem supera a dos animais. É triste saber que o lado animal de alguns ainda “urra” e ultrapassa o limite da lógica, da razão e da insanidade.

Tragédia. A maior tragédia em um estádio de futebol aconteceu em 1964. Peru e Argentina se enfrentavam em Lima no Torneio Pré-Olímpico. Os argentinos ganhavam por 1 a 0, e o juiz anulou um gol legítimo do Peru. Revoltados, os 54 mil torcedores passaram a atirar pedras e garrafas dentro do campo, além de invadir o gramado. Mais de mil ficaram feridos e 318 morreram.

Improvável. Quem foi ao Mineirão na quarta-feira sabia o risco que o Cruzeiro corria contra o Grêmio. Os gaúchos têm um time melhor, e seu treinador surpreendeu Mano Menezes. Amarrou o jogo e não deixou o Cruzeiro atuar. Fez um jogo tático quase perfeito. Garantiu a classificação em apenas uma partida. Não é impossível, mas acho improvável que o Cruzeiro vire lá.

Copeiro. Na outra semifinal o Atlético fez até mais do que precisava. Não jogou tão bem, mas soube construir o resultado na individualidade de seus bons jogadores. Não acredito que o Inter possa surpreender no Independência. Marcelo Oliveira caminha para mais uma final de Copa do Brasil. Será a quinta em seis anos.

Recuperação. Os clubes brasileiros têm se superado em modelos para recuperar os jogadores. Treino no dia do jogo, depois das partidas, folga de dois dias e por aí vai, mas nada se compara ao que fez o Atlético. Fretou avião para trazer os jogadores de Porto Alegre na madrugada de ontem e nem deixou a turma dormir direito. Cedo estavam todos na regeneração.

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