Matheus Vieira Campos

A influência dos fatores culturais nos resultados do negócio

Pilar da gestão sustentável diante da expansão e de fatores externos imprevisíveis


Publicado em 25 de maio de 2020 | 03:00
 
 
 
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Ao dar início a um novo negócio, os empreendedores geralmente são guiados por um propósito. Trata-se das missões e dos valores que norteiam as atividades cotidianas rumo ao objetivo maior, definido no nascimento da organização. Geralmente, essas informações são expostas em materiais institucionais ou, até mesmo, nas paredes da empresa.

Um grande desafio enfrentado pela liderança é fazer com que esses valores sejam postos em prática, e se tornem mais do que itens decorativos.

E, isso fica ainda maior diante do crescimento da empresa, ou seja, quando novos profissionais são contratados, o negócio expande para outras localidades, o leque de atividades realizadas se amplia, ou, até mesmo, fatores externos imprevisíveis forçam a organização a adotar uma nova lógica de operação. Como o que ocorre agora, quando muitas empresas se viram obrigadas a adotar o trabalho remoto devido à pandemia.

Todos esses fatores acabam influenciando na cultura organizacional, ou seja, o comportamento institucionalizado dos colaboradores da empresa. Quanto maior e mais rápido o crescimento, mais as atividades são segmentadas, tornando mais difícil para o empreendedor manter o controle sobre os valores que ele idealizou.

A preservação da cultura organizacional é um dos pilares da gestão sustentável, e essa tarefa depende diretamente das pessoas que compõem a organização. O CEO exerce o papel fundamental de definir e deixar os valores claros, além dar o exemplo e se tornar referência. Mas essa busca deve ir além da liderança e integrar os demais setores da empresa.

Outra área estratégica no fortalecimento da cultura é a de recursos humanos, que deve estar alinhada com os propósitos da organização e aplicá-los nos processos de seleção e recrutamento, atribuindo ao perfil comportamental dos candidatos a mesma importância do currículo.

Essa preocupação com os valores pode parecer superficial em uma primeira análise, mas seus impactos nos resultados são comprovados. Um exemplo que ilustra essa tese é o da Lego.

Quando começou seu processo de expansão, a empresa dinamarquesa de brinquedos teve dificuldade em manter suas equipes alinhadas, passou a investir em negócios paralelos e se distanciou do seu propósito inicial. O resultado foi uma perda de, em média, 300 mil euros por dia em valor de mercado, ao longo de 10 anos. Situação que só foi revertida quando Jorgen Vig Knudstorp assumiu o cargo de CEO com a proposta de voltar às origens.

A estratégia deu certo, a Lego voltou a crescer. Hoje é considerada a segunda maior empresa do mundo em seu segmento.

Este case reforça a importância de zelar pela cultura organizacional. Afinal trata-se de uma forma de manter a essência original do negócio, que pode ser um ingrediente decisivo para o sucesso em longo prazo.

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