Já pensou em captar um valor milionário para investir no seu empreendimento em questão de horas, pela internet, sem ter que recorrer a grandes instituições financeiras? Até há pouco tempo atrás, tal possibilidade era impensável. Mas, atualmente, a praticidade oferecida pela modalidade de investimento em “equity crowdfunding” tem mobilizado investidores e, consequentemente, atraído cada vez mais jovens empreendedores.

Adquirir capital para se desenvolver é um desafio para muitos novos empresários. As opções de investimento presentes no mercado de capitais, como “private equity”, geralmente são inacessíveis aos empreendedores iniciantes devido aos custos elevados para os investidores. No Brasil, o valor mínimo para se aplicar nessa modalidade é em torno dos R$ 300 mil.

Uma solução que se apresenta nesse contexto é o do financiamento coletivo, tradução literal de “equity crowdfunding”. Concebida em 2007, no Reino Unido, a modalidade rapidamente chegou ao Brasil e foi regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2017. Segundo dados do órgão, de 2016 a 2018, os recursos captados por meio de financiamento coletivo aumentaram 451%, enquanto o número de investidores registrou alta de 716%.

A modalidade funciona como as “vaquinhas” online, nas quais os internautas fazem contribuições para projetos específicos. Por meio de uma plataforma digital, as pessoas interessadas adquirem títulos de um empreendimento, cuja remuneração pode ser em juros ou percentual de participação societária da empresa emissora. A ideia é inverter a lógica do mercado de capitais, em vez de poucas pessoas investindo quantias elevadas, são muitas pessoas aplicando valores menores.

A segurança jurídica trazida pela regulamentação se junta à praticidade do processo de captação para tornar a modalidade ainda mais atrativa. O primeiro passo para utilizá-la é procurar uma plataforma credenciada. Em seguida, a emissora define um valor a ser captado e cria um modelo de contrato mútuo, que especifica as condições e o prazo de remuneração antes de disponibilizá-lo online para os investidores.

Um case que ilustra o sucesso desse tipo de investimento é o do Edifício Streit, da F2 construtora, de Belo Horizonte. Em outubro, o empreendimento conseguiu captar R$ 1 milhão em apenas oito horas por meio da plataforma Vangardi. O capital será investido no acabamento do prédio, que já conta com todas as unidades vendidas.

Para quem tem um modelo de negócios escalável ou um empreendimento imobiliário com potencial, o “equity crowdfunding” é uma opção que deve ser considerada. Trata-se de uma das mais efetivas formas de financiamento trazidas pela era digital, que está em plena expansão, e pode funcionar como atalho importante na busca pelo desenvolvimento das empresas.