Matheus Vieira Campos

Econegócio: uma realidade econômica e social

Consumidor valoriza produtos sustentáveis


Publicado em 21 de novembro de 2020 | 03:00
 
 
 
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A adoção de práticas mais sustentáveis nas organizações vai além da proteção ao meio ambiente. A geração de energia limpa e outras medidas podem trazer benefícios econômicos e, principalmente, mais valorização para as marcas, já que o consumidor considera, cada vez mais, a responsabilidade social, o cuidado e a postura “verde” adotada pelas empresas.

Em função disso, as companhias estão priorizando a transparência, gerenciando seus recursos de maneira responsável e se posicionando conforme seus propósitos. Segundo pesquisa deste ano da ONG Akatu, que desenvolve projetos que levam ao consumo consciente, 63% das pessoas entrevistadas no Brasil estão dispostas a pagar mais por produtos que melhoram a sociedade e o ambiente. Um crescimento de 9% em relação ao ano anterior. O que reforça o quanto o consumidor vem priorizando marcas responsáveis ambientalmente.

Um estudo da Nielsen aponta que até 2021, somente nos Estados Unidos, os consumidores terão gastado até U$ 150 bilhões com sustentabilidade. No Brasil, os lares que declaram ter hábitos e atitudes nessa mesma linha já somam mais de 7 milhões, conforme o levantamento.

O econegócio, segmento que propõe solucionar problemas ambientais ou explora recursos naturais com base em critérios de sustentabilidade, ainda é recente no Brasil, mas já há avanços significativos. Como, por exemplo, o fato de o país ser o único da América Latina a ter empresas listadas no ranking 2020 da Corporate Knights, que divulga as cem companhias mais sustentáveis do mundo. A classificação é promovida pelo Fórum Econômico Mundial.

Um estudo de 2019 da Agência Internacional de Energia (IEA) previu que 2020 seria um ano recorde para a geração de energia renovável, mas com o isolamento social, estima-se que o crescimento será de apenas 6%. No ano passado, por exemplo, 78% da capacidade de geração global foi em energia eólica, solar, biomassa e resíduos, geotérmica e pequenas hidrelétricas, conforme relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O dado mostra como investir em energia limpa pode ser benéfico para as empresas e o meio ambiente.

Mas qual o caminho para o sucesso do econegócio?

Algumas iniciativas partem, por exemplo, da otimização de processos e de práticas como: coleta seletiva, metas de redução de energia e outros. Um case é o da Nike, que revisou sua cadeia de produção e passou a usar o algodão cultivado em um raio de 300 km do seu centro industrial. Com isso, além de reduzir as emissões de dióxido de carbono, minimizou os custos com transporte e acelerou sua produção.

O econegócio ainda não é a solução para os problemas ambientais, mas é um passo para a produção de bens e serviços de forma mais responsável e, principalmente, cada vez mais valorizada pelos consumidores.

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