Matheus Vieira Campos

O papel das startups no futuro da educação

Edtechs e a democratização do ensino pela tecnologia


Publicado em 16 de maio de 2020 | 03:00
 
 
 
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O mercado educacional ainda é carente de inovação. O modelo tradicional, no qual os professores transmitem oralmente e unilateralmente o conhecimento para os alunos, se manteve ao longo de muitas gerações. Com a preservação dessa lógica, foram perpetuados também muitos problemas, como a obsolescência, o sucateamento e a elevada burocracia, que acabam dificultando o processo de aprendizagem.

Foi diante desse cenário que surgiram as primeiras iniciativas que originaram as chamadas edtechs, uma abreviação do termo em inglês “education technology”, que se refere às startups voltadas para o segmento educacional. Trata-se de um ecossistema amplo, cuja trajetória iniciou com os primeiros sistemas de gestão de aprendizagem nos anos 90, passou pela criação da Wikipedia, em 2001, que foi uma das primeiras tentativas de incorporar a internet ao cotidiano dos estudantes, e chegou até os softwares mais modernos de inteligência artificial aplicados à educação.

Esse tipo de empreendimento geralmente tem como objetivo a otimização e a democratização do ensino por meio da tecnologia. Nesse sentido, as edtechs podem atuar em várias frentes. Voltadas para os problemas mais amplos, como o acesso à educação e a dificuldade de aprendizagem; e para os mais específicos, como a escolha da instituição de ensino mais adequada para a realidade de cada pessoa.

As edtechs ainda podem ser direcionadas para aprimorar a comunicação entre a escola e a família. Como é o caso do brasileiro Class App. Por meio do aplicativo, criado em 2014, os pais podem enviar mensagens diretas aos professores e terem acesso a uma agenda personalizada. Enquanto os professores podem acessar um histórico completo do relacionamento com a família e enviar relatórios diariamente. A ferramenta já conquistou mais de 600 instituições de ensino.

Além da variedade em termos de área de atuação, as edtechs também abrigam vários segmentos distintos, como educação básica, técnica, superior, e até mesmo corporativa. As principais ferramentas desenvolvidas atualmente são sistemas de informações estudantis, plataformas adaptativas, jogos educacionais e sistemas de gerenciamento de aprendizado e conteúdo.

Devido à democratização crescente do acesso à educação em todo o mundo, juntamente com o avanço tecnológico, o mercado educacional se encontra em plena expansão. Segundo um levantamento da Associação da Indústria de Software e Informação norte-americana, o mercado das edtechs no país vale atualmente mais de US$ 8,38 bilhões.

No Brasil, não há por que ser diferente. Além da demanda do setor ser crescente devido à carência de inovação, o investimento nessa área é uma forma de contribuir para a melhoria da educação. É uma oportunidade de atuar com responsabilidade social e gerar valor, sem abrir mão da lucratividade.

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