União entre startups e empresas tradicionais

Acompanhar o ritmo das transformações do mercado é um requisito básico para qualquer empresa que almeja longevidade. No entanto, apesar de terem plena consciência disso, muitos empreendimentos encontram dificuldades para adotar, na prática, medidas de incentivo à inovação. Um atalho para se atualizar em um cenário de transformações cada vez mais rápidas é buscar parcerias estratégicas com as startups.

No início era comum que as grandes empresas enxergassem as startups como concorrentes temporárias. No entanto, esse cenário tem mudado. A 100 Open StartUps, plataforma que promove conexão entre organizações tradicionais e novos empreendimentos, publica anualmente um ranking das empresas brasileiras que mais fecham negócios com startups. Neste ano, a lista trouxe nomes como Banco BMG, Natura, Nestlé e Suzano.

Essa tendência pode ser explicada pela dinâmica entre as duas partes. Afinal, trata-se de instituições complementares. Apesar de não terem tradição no mercado, as startups têm algo que falta muitas empresas grandes: a ousadia para inovar.

A mentalidade presente nas startups tem se tornado modelo no mercado. Quando incorporam essas práticas, as grandes empresas tradicionais desfrutam de benefícios como criação de uma cultura de inovação, desburocratização e atração de talentos.

Mas como viabilizar isso? Uma forma é a participação em eventos. Um exemplo é o Amcham Arena, competição entre startups realizada em vários Estados, na qual os participantes apresentam soluções inovadoras para grandes empresas e são premiados. Além de ter acesso a recursos para investir, é uma oportunidade de fazer contatos e trocar experiências.

No entanto, é importante lembrar que trata-se de um investimento. E, por isso, existe um grau de imprevisibilidade que deve ser considerado. Uma solução para a redução desses riscos é o planejamento. Uma parceria bem-sucedida depende de uma convergência de objetivos. Buscar um empreendimento para investir requer uma maturidade que só pode ser alcançada por meio do autoconhecimento. Trata-se de uma premissa básica, mas importante: antes de buscar uma solução, é preciso conhecer o problema.

A importância de valorizar a inovação já está difundida no universo empresarial. O próximo passo é buscar as melhores estratégias. Suprir essa demanda internamente pode parecer atraente, mas a tentativa pode ser lenta e ineficaz, principalmente devido à burocracia e os processos internos, em geral, presentes nas grandes empresas. Enquanto isso, no outro lado, há centenas de startups buscando espaço para suas soluções inovadoras. A união entre essas duas forças pode resultar em uma parceria de muito sucesso.