“Eu gostaria de saber se o Orion Partner, que está prometendo ganhos fantásticos é uma pirâmide financeira? É um golpe? Eles têm diversos vídeos no YouTube. Obrigado!”. (Bruno / Belo Horizonte - MG)

Bruno, muitas ofertas de investimentos tentadores têm aparecido nos últimos meses. Prometem ganhos espetaculares, e não é difícil conhecer pessoas que realmente tenham ganhado. Mas será que devemos investir? Essa pergunta merece uma análise mais profunda antes de ser respondida.

Não conhecia essa empresa sobre a qual você questiona até o momento em que recebi o seu e-mail. Foi interessante, pois me permitiu fazer uma análise que poderá ajudar você e diversos outros leitores. O primeiro passo foi pesquisar o material que já foi publicado na internet. O primeiro detalhe é que o site da empresa não está hospedado no Brasil. O site da empresa está hospedado na Rússia. Por que registrar o site lá?

No site, o negócio é apresentado como “uma plataforma financeira social que foi projetada para que as comunidades doem dinheiro diretamente umas para as outras, em um método peer to peer, onde uma grande comunidade de pessoas doa dinheiro uns aos outros, para ajudar uns aos outros a realizar projetos ou projetos pessoais. Depois de fazer essa doação, um participante recebe até 100% de bônus por qualquer coisa que doe a cada dez dias”. A lógica é da citação bíblica de que é dando que se recebe. Ela se apresenta como uma plataforma de ajuda mútua. Alguns vídeos mostram o potencial de ganhos permitidos por esse sistema. Muitas pessoas publicaram depoimentos mostrando a realização de lucros polpudos.

Mas a grande pergunta que surge é a seguinte: de onde virá o dinheiro para garantir o ganho de cada doação feita? De onde surge o lucro? Não será da valorização de qualquer tipo de investimento feito, pois nenhum investimento é feito. A única fonte que vai garantir o “pagamento” dos bônus é a chegada de novas doações. Ou seja, enquanto existirem novas doações, será possível pagar bônus. Mas esse volume de doações tem de crescer em uma velocidade exponencial. Se o volume de doações não crescer, o elo se rompe. É a quebra da pirâmide! E aí vão começar as desculpas para a não efetivação dos saques. E normalmente acabam culpando problemas tecnológicos. E os prejuízos acabam se tornando um pesadelo para aqueles que sonhavam antes com lucros enormes.

Lembre-se sempre do ditado: quando a esmola é grande, até o santo desconfia. 

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