MURILO ROCHA

Primeiros movimentos

Redação O Tempo


Publicado em 16 de julho de 2015 | 03:10
 
 
 
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A mais de um ano da eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte, os primeiros movimentos da briga pelo cargo já começaram, ainda que de forma bastante tímida. A cautela é grande por diversas razões. Será uma eleição atípica, sem favoritos, e também sem nomes de peso na política, ao que tudo indica. Outro fator interessante é justamente esse cenário aberto aguçar o desejo das legendas de ter candidatos próprios, inclusive as menores, deixando antigos aliados em campos adversários, ao menos em um primeiro turno. O desgate geral da política e dos políticos diante da população é mais um elemento importante a ser considerado. Todos querem evitar ao máximo “queimar” um nome antes da hora.

Apesar de tanta prudência, já é possível identificar quem está aguado para entrar na disputa e não esconde isso. O deputado estadual João Vítor Xavier (PSDB) está de olho na oportunidade de concorrer, principalmente depois de ser citado por eleitores em uma pesquisa recente feita na capital. Além de vencer uma eventual disputa interna pela indicação, o tucano também teria de desfazer a aliança existente hoje entre PSDB e PSB, em Belo Horizonte, ou convencer o partido aliado a apoiá-lo.

Nessa perspectiva, o obstáculo seria o prefeito Marcio Lacerda (PSB). Ele quer conduzir o processo para sua sucessão e teria como nome predileto o secretário municipal Josué Valadão (PP), homem de confiança em seus dois mandatos. A boa nova para os tucanos é a intenção do senador Aécio Neves (PSDB) de participar de perto de todo o processo de sucessão na capital em 2016. Ao contrário das especulações, Aécio quer, sim, um candidato do PSDB na corrida municipal. O tucano teve 60% dos votos válidos em Belo Horizonte na eleição presidencial.

Leonardo Quintão (PMDB), segundo colocado em 2008, é outro que deve pleitear uma indicação do seu partido. A seu favor, ele tem o recall de já ter concorrido e ainda pode contar com o apoio petista, leia-se governador Fernando Pimentel (PT). O partido está altamente desgastado após uma série de escândalos e não tem um nome evidente para participar do processo, apesar das especulações das candidaturas do secretário estadual Miguel Corrêa (PT) e do deputado federal Gabriel Guimarães (PT).

Nome ventilado ainda só nos bastidores, o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil (PSB) pode ser a grande surpresa da eleição de Belo Horizonte. O dirigente alvinegro nega, oficialmente, mas já anda conversando com lideranças do PHS, partido pelo qual poderia viabilizar sua candidatura.

Em 2008, a eleição da capital também foi disputada por nomes pouco conhecidos dos eleitores. Mas, naquela ocasião, Fernando Pimentel (PT) e Aécio Neves (PSDB) construíram e apoiaram juntos a candidatura de Marcio Lacerda. Em 2016, o cenário será bem diferente.

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